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terça-feira, 24 de novembro de 2020

... Equilíbrio ...


Texto do livro O Alquimista de Paulo Coelho


O segredo da Felicidade

Certo mercador enviou seu filho 
para aprender o Segredo da Felicidade 
com o mais sábio de todos os homens. 
O rapaz andou durante quarenta dias pelo deserto,
até chegar a um belo castelo, no alto de uma montanha.
 
Lá vivia o Sábio que o rapaz buscava.
Ao invés de encontrar um homem santo, 
porém, o nosso herói entrou numa sala 
e viu uma atividade imensa.
 Mercadores entravam e saiam, 
pessoas conversavam pelos cantos, 
uma pequena orquestra tocava melodias suaves, 
e havia uma farta mesa
com os mais deliciosos pratos daquela região.
O Sábio conversava com todos, 
e o rapaz teve que esperar duas horas 
até chegar sua vez de ser atendido.
Com muita paciência, o Sábio escutou atentamente 
o motivo da visita do rapaz, mas disse-lhe: 
- Que naquele momento não tinha tempo de explicar-lhe 
o Segredo da Felicidade.
Sugeriu que o rapaz desse um passeio por seu palácio, 
e voltasse daqui a duas horas. 
Entretanto, quero lhe pedir um favor, 
completou entregando ao rapaz uma colher de chá, 
onde pingou duas gotas de óleo:

- Enquanto você estiver caminhando, 
carregue esta colher sem deixar que o óleo seja derramado.
O rapaz começou a subir e descer as escadarias do palácio,
mantendo sempre os olhos fixos na colher. 
Ao final de duas horas, retornou a presença do Sábio.
- Então o Sábio perguntou: 
- Você viu as tapeçarias da Pérsia que estão na minha sala de jantar?
 Viu o jardim que o Mestre dos Jardineiros 
demorou dez anos para criar?
Reparou nos belos pergaminhos de minha biblioteca?

O rapaz, envergonhado, confessou que não havia visto nada. 
Sua única preocupação era não derramar as gotas de óleo 
que o Sábio lhe havia confiado.
Disse o Sábio: 
- Pois então volte e conheça as maravilhas do meu mundo.  
Você não pode confiar num homem se não conhece sua casa.
Já mais tranqüilo, o rapaz pegou a colher 
e voltou a passear pelo palácio, 
desta vez reparando 
em todas as obras de arte que pendiam do teto e das paredes. 
Viu os jardins, as montanhas ao redor, a delicadeza das flores, 
o requinte com que cada obra de arte estava colocada em seu lugar. 
De volta a  presença do Sábio, 
relatou pormenorizadamente tudo que havia visto.
Perguntou o Sábio: 
- Mas onde estão as duas gotas de óleo que lhe confiei? 
Olhando para a colher, 
o rapaz percebeu que as havia derramado.
Disse o mais Sábio dos Sábios:
- Pois este é o único conselho que eu tenho para lhe dar. 
 O segredo da felicidade 
está em olhar todas as maravilhas do mundo, 
e nunca se esquecer das duas gotas de óleo na colher.

 

-·=»‡«=·-

Em nossa vida, vivemos muitas vezes, 
não com suavidade e sim com ansiedade.
Essa história nos mostra 
que tudo na vida precisa de equilíbrio.
Temos que viver a vida, aproveitar nossa jornada, 
vivenciando tudo de bom que o caminho nos oferece, 
mas não podemos esquecer das nossas gotas de óleo na colher.
As gotas de óleo são o nosso caráter, a nossa essência.
A ansiedade de aproveitar ao máximo tudo a nossa volta, 
as vezes faz com que esqueçamos de cuidar
 daquilo que realmente é importante para nós, 
e deixamos nosso óleo derramar, 
nos tornando apenas peças de um jogo.
Precisamos saber ajustar, 
pois nada vale chegar no futuro, 
se você não soube aproveitar seu presente.


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