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sábado, 10 de outubro de 2020

... Fé ... o verdadeiro combustível da ciência ... 10


Um pouco de ciência nos afasta de Deus.
       Muito, nos aproxima.                                    

                                                                               Louis Pasteur 



Arthur Stanley Eddington
nasceu em 28 de dezembro de 1882,
Kendal, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda,
e faleceu em 22 de novembro de 1944,
Cambridge, Inglaterra.

Eddington nasceu em uma família Quaker. 
Seu pai Henry Arthur Eddington, formado em filosofia, 
tornara-se diretor da Stramongate School em 1878, 
nomeado pela 
Assembleia da Sociedade Religiosa dos Amigos de Kendal: 
os Quakers. 
Porém, dois anos após o nascimento de Eddington, 
seu pai faleceu de febre tifoide.

Eddington, gostava de Natação e Golfe, 
porém o ciclismo era sua paixão. 
Mantinha rigorosos dados referentes a seus passeios, 
visto que em 1905 tinha percorrido 2 669 milhas, 
aproximadamente 4 295,34 km.

Desde cedo Eddington mostrou grande talento 
para a Matemática e ganhou diferentes prêmios e bolsas 
que permitiram que financiasse seus estudos, 
que ele finalizou em 1905. 
Começou suas pesquisas no laboratório Cavendish, 
e mais tarde pesquisas em Matemática 
que ele interrompeu rapidamente, 
tendo recebido no final de 1905 
um posto no Observatório de Greenwich. 
Ele foi imediatamente integrado a um projeto de pesquisa 
iniciado em 1900, 
quando placas fotográficas do asteróide 433 Eros
 foram tiradas durante todo um ano. 
Sua primeira tarefa foi terminar a análise dessas placas 
e determinar precisamente o valor da paralaxe solar.
Em 1906 ele começou seu estudo estatístico 
do movimento das estrelas e, no ano seguinte, 
ganhou um prêmio pelo ensaio que escrevera sobre o assunto.

Em dezembro de 1912, George Darwin,
 um dos filhos de Charles Darwin morreu 
e Eddington foi nomeado para substituí-lo. 
Como o titular da outra cadeira de Astronomia de Cambridge, 
a Lowndean Chair, também morreu durante o ano seguinte, 
Eddington tornou-se o diretor do observatório de Cambridge, 
assumindo assim a responsabilidade 
da Astronomia teórica e experimental em Cambridge.
 
Durante a Primeira Guerra Mundial, 
Eddington foi chamado para efetuar seu serviço militar. 
Como Quaker e pacifista, recusou servir no Exército 
e pediu uma derrogação para efetuar um serviço alternativo, 
mas isso não era possível naquela época. 
Alguns amigos cientistas resolveram o problema, 
conseguindo se pronunciar em seu favor 
para dispensá-lo do serviço militar 
alegando sua importância para a ciência. 

Em 1915, 
ele recebeu por intermédio da Royal Astronomical Society 
os artigos sobre a Teoria Geral da Relatividade 
de Einstein e de de Sitter. 
Eddington começou então a se interessar pelo assunto, 
principalmente porque essa nova teoria 
podia explicar o avanço, inexplicado até então, 
do periélio de Mercúrio. 
Como Quaker, Eddington sentia-se capaz de vincular 
a Física com sua fé.

Após a guerra, Eddington partiu para São Tomé e Príncipe, 
onde um eclipse solar total seria visível 
em 29 de maio de 1919. 
Segundo a relatividade geral, 
uma estrela visível nas proximidades do Sol 
deveria aparecer em uma posição 
ligeiramente mais afastada deste 
porque sua luz deveria ser ligeiramente desviada 
pela ação da gravidade do Sol. 
Esse efeito só pode ser observado durante um eclipse total do Sol, 
pois senão a luminosidade do Sol 
impede a visibilidade da estrela em questão. 
A relatividade geral predizia um desvio duas vezes maior 
do que o predito pela gravitação newtoniana. 
As observações foram feitas na Ilha do Príncipe, 
na roça Sundy, com o apoio do seu proprietário Jerónimo Carneiro. Durante o eclipse, Eddington tirou diversas fotografias das regiões situadas em torno do Sol.

As condições meteorológicas não eram boas 
e as placas fotográficas revelaram-se de péssima qualidade 
e difíceis de medir. 
Ele anotou mesmo assim no seu caderno:
… uma placa que medi confirmava as predições de Einstein.

Porém, uma outra equipe de Eddington,
liderada pelo astrônomo britânico Andrew Crommelin,  
que estava no Brasil, na cidade de Sobral, Ceará, 
pôde observar o eclipse sob boas condições meteorológicas. 
As placas fotográficas registradas por essa equipe permitiram a Eddington medir uma deflexão da luz de 1,98".

Esse resultado, cuja exatidão foi discutida posteriormente, 
foi aclamado como uma prova conclusiva 
da Relatividade Geral sobre o modelo newtoniano.
 A notícia foi publicada em jornais em todo o mundo 
como uma importante descoberta. 
Ela também é a origem da história 
de que somente três pessoas entendiam a Relatividade.
 Quando perguntado por um repórter que sugeriu isso, 
Eddington replicou brincando "Oh, who's the third?"
 (Oh, quem é a terceira?). 
Outra história conta que Einstein, 
ao ser questionado por um repórter sobre o que ele teria feito 
se as medidas efetuadas por Eddington 
não estivessem de acordo com as predições 
da teoria Geral da Relatividade, teria respondido:
 - Eu diria que o bom DEUS está enganado.

Eddington também estudou o interior das estrelas 
e calculou sua temperatura 
baseando-se na energia necessária 
para manter a pressão exercida 
pelas camadas próximas da superfície. 
Com isso, ele descobriu a relação 
massa-luminosidade das estrelas. 
Eddington calculou também 
a abundância do hidrogênio 
e elaborou uma teoria explicando a pulsação das cefeidas. 
O fruto dessas pesquisas está relatado em seu importante trabalho 
The Internal Constitution of Stars (1926).

Em 1920, tomando como base 
as medidas precisas de átomos 
efetuadas por Francis Aston, 
Eddington foi o primeiro a sugerir 
que a fonte de energia das estrelas 
provinha da fusão nuclear do hidrogênio em hélio. 
Essa teoria revelou-se correta, 
mas ele teve um longo debate sobre esse assunto 
com James Jeans, que acreditava que essa energia viesse 
da contração da estrela sobre si mesma.

De 1920 até sua morte, Eddington se concentrou 
cada vez mais naquilo que ele chamava 
de "teoria fundamental", 
cujo objetivo era a unificação 
da teoria Quântica, da teoria da Relatividade e da Gravitação, 
e que se baseava essencialmente em uma análise 
das relações adimensionais entre constantes fundamentais.


Eddington foi enobrecido em 1930 
e recebeu a Ordem do Mérito em 1938. 
Recebeu ainda diversas outras honrarias,entre elas 
a medalha de ouro da Astronomical Society of the Pacific (1923), 
a medalha de ouro da Royal Astronomical Society (1924), 
da National Academy of Washington (1924), 
da Société astronomique de France (1928)
 e da Royal Society (1928). 
Além de ser eleito à Royal Society, 
foi também eleito à Royal Society of Edinburgh, 
à Royal Irish Academy, à National Academy of Sciences,
 bem como a diversas outras sociedades científicas.

Uma cratera lunar recebeu seu nome, assim como o asteroide 2761.
Eddington soube popularizar a ciência 
escrevendo diversos livros destinados aos profanos.
 
Ele também é conhecido por ter introduzido 
a noção de macacos datilógrafos 
(Infinite Monkey Theorem) em 1929 com a frase:
"Se um exército de macacos batesse em máquinas de escrever, 
eles poderiam escrever todos os livros do British Museum".


Citação de Arthur Stanley Eddington

Nenhum dos inventores do ateísmo foi naturalista. 
Todos eles foram filósofos muito medíocres.



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