Os tapetes persas, sempre tem um pequeno erro,
um minúsculo defeito,
apenas para lembrar a quem olha,
de que só DEUS é perfeito.
Wabi sabi é a beleza das coisas modestas.
É a beleza das coisas não convencionais.
É a Arte da Imperfeição.
A Arte da Imperfeição começa
quando reconhecemos e aceitamos
nossa tola condição humana.
Precisamos aprender ...
A aceitar nossas falhas
com a mesma graça e humildade
com que aceitamos nossas qualidades.
A perdoar a nós mesmos e aos outros.
O desejo de acertar sempre
impede o nosso crescimento,
e a necessidade de estar no controle
aumenta a desordem e o caos.
Wabi sabi
é a expressão que os japoneses inventaram para definir
é a expressão que os japoneses inventaram para definir
a beleza que mora nas coisas imperfeitas e incompletas.
O termo é quase que intraduzível.
Wabi sabi é um jeito de ver as coisas
de uma ótica de simplicidade,
naturalidade e aceitação da realidade.
Os mestres japoneses, com a cultura inspirada
nos ensinamentos do taoísmo e zen-budismo,
perceberam que a ação humana sobre o mundo
deve ser tão delicada
que não impeça a verdadeira natureza das coisas
de se revelar.
E a natureza das coisas
é percorrer seu ciclo de nascimento,
amadurecimento e morte efêmeras e frágeis.
Eles perceberam a beleza e elegância
que existe em tudo
que é tocado pelo carinho do TEMPO.
Uma velha tigela de chá,
musgo cobrindo as pedras do caminho,
a toalha amarelada,
a maçaneta da porta nublada das mãos que a tocaram,
uma única rosa solta em um vaso.
Wabi sabi é inseparável dos ensinamentos
do taoísmo e zen-budismo:
Na natureza ...
... Tudo é impermanente ...
... Tudo é imperfeito ...
... Tudo é incompleto ...
A beleza pode estar escondida na feiura ...
A grandeza existe nos detalhes despercebidos ...
A aceitação do inevitável ...
A apreciação da ordem cósmica ...
A Arte da Imperfeição, é focar no intrínseco,
no irregular, no despretensioso, no turvo,
no envelhecido, no simples.
Quando os japoneses reparam objetos quebrados,
eles enaltecem a área danificada
preenchendo as fisuras com ouro.
Eles acreditam que, quando algo sofre um dano
e tem história,
torna-se mais bonito com o restauro.
Essa arte tradicional
de reparação da cerâmica quebrada
com pó de ouro
é conhecida como Kintsugi.
O resultado é que as cerâmicas
não são apenas reparadas,
mas tornam-se ainda mais fortes
do que eram originalmente.
Contam-se que esse conceito surgiu no sec. XV,
quando o jovem Rikyu,
queria aprender os complicados rituais
da Cerimônia do Chá,
e procurou o grande mestre Takeno Joo.
O mestre para testar o rapaz,
pediu que ele varresse o jardim.
Rikyu limpou o jardim
até que não restasse nem uma folhinha
para contar a história.
Ao terminar, examinou cuidadosamente,
o jardim impecável.
E então, antes de apresentar o resultado ao mestre,
ele chacoalhou o galho de uma cerejeira,
que fez caírem algumas flores
que se espalharam displicentes pelo chão.
Mestre Joo, impressionado com o que viu,
admitiu o jovem no seu mosteiro.
Rikyu tornou-se um grande Mestre do Chá,
e desde então é reverenciado
como aquele que entendeu
a essência do conceito de wabi sabi.
A Arte da Imperfeição.
O Wabi sabi não faz referência
somente a fatores externos,
mas também a conceitos mais profundos
como a humildade, a simplicidade, a solidão,
e inclusive o abandono.
Define um modo de viver em paz consigo mesmo
e com o seu entorno,
valorizando a simplicidade da rotina diária.
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