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sexta-feira, 3 de novembro de 2017

... O frio que vem de dentro ...


O frio que vem de dentro
                                   desconheço autoria
Conta-se que seis homens ficaram presos numa caverna
 por causa de uma avalanche de neve.
Teriam que esperar até o amanhecer para receber socorro.
 
Cada um deles trazia um pouco de lenha
 e havia uma pequena fogueira
ao redor da qual eles se aqueciam.

Eles sabiam que se o fogo apagasse
 todos morreriam de frio antes que o dia clareasse.
Chegou a hora de cada um colocar sua lenha na fogueira.
 Era a única maneira de poderem sobreviver.
 
O primeiro homem era racista.
Ele olhou demoradamente para os outros cinco
e descobriu que um deles tinha a pele escura.
Então, raciocinou consigo mesmo:
"Aquele negro!
Jamais darei minha lenha para aquecer um negro".
E guardou os galhos que trazia,
 protegendo-os dos olhares dos demais.
 
O segundo homem era um rico avarento.
Estava ali porque esperava receber
os juros de uma dívida.
Olhou ao redor e viu um homem da montanha
que trazia sua pobreza no aspecto rude do semblante
e nas roupas velhas e remendadas.
Ele calculava o valor da sua lenha e,
enquanto sonhava com o seu lucro, pensou:
"Eu, dar a minha lenha para aquecer um preguiçoso?
 Nem pensar".
 
O terceiro homem era negro.
Seus olhos faiscavam de ressentimento.
Não havia qualquer sinal de perdão ou de resignação
que o sofrimento ensina.
Seu pensamento era muito prático:
 "É bem provável que eu precise desta lenha
para me defender.
Além disso, eu jamais daria minha lenha
para salvar aqueles que me oprimem".
E guardou sua lenha com cuidado.
 
O quarto homem era um pobre da montanha.
Ele conhecia mais do que os outros os caminhos,
os perigos e os segredos da neve.
Este pensou:
"Esta nevasca pode durar vários dias.
Vou guardar minha lenha."
 
O quinto homem parecia alheio a tudo.
 Era um sonhador.
Olhando fixamente para as brasas,
nem lhe passou pela cabeça oferecer a lenha que carregava.
Ele estava preocupado demais
com suas próprias visões (ou alucinações?)
para pensar em ser útil.
 
O último homem trazia nos vincos da testa
e nas palmas calosas das mãos
os sinais de uma vida de trabalho.
Seu raciocínio era curto e rápido.
"Esta lenha é minha.
Custou o meu trabalho.
Não darei a ninguém
nem mesmo o menor dos gravetos".
 
Com estes pensamentos,
os seis homens permaneceram imóveis.
A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas
e, finalmente apagou.

No alvorecer do dia,
quando os homens do socorro chegaram à caverna,
encontraram seis cadáveres congelados,
cada qual segurando um feixe de lenha.
Olhando para aquele triste quadro,
o chefe da equipe de socorro disse:
"O frio que os matou não foi o frio de fora,
mas o frio de dentro".





Não deixe que a friagem que vem de dentro,
 mate você.



Abra o seu coração,
 e ajude a aquecer aqueles que o rodeiam.


Não permita que as brasas da esperança se apaguem, 
 nem que a fogueira do otimismo vire cinzas.

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