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quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

...Fé ...o verdadeiro combustível da ciência ...11


Um pouco de ciência nos afasta de Deus.
       Muito, nos aproxima.                                    

                                                                               Louis Pasteur  


Allan Rex Sandage
*18 de junho de 1926, Iowa City, Iowa, 
 ➕13 de novembro de 2010, São Gabriel, Califórnia
EUA

Allan Rex Sandage foi um astrônomo estadunidense.
 Participou da 11ª Conferência de Solvay, em 1958.

A Conferência de Solvay reunia importantes físicos da história.


Sandage desde sua infância teve uma fascinação 
pelas estrelas e pelo funcionamento do mundo.  
Obteve seu Bacharelado em Física 
na Universidade de Illinois (EUA) em 1948, 
e fez seu doutorado em Física 
no Instituto de Tecnologia da Califórnia.
 Posteriormente fez o pós-doutorado 
na Universidade de Princeton.

Em 1952 começou a trabalhar 
com um grupo de pesquisadores 
dos Observatórios do Monte Palomar e do Monte Wilson,
 e como assistente do famoso Edwin Hubble. 
Hubble morreu um ano depois, 
deixando Sandage encarregado da tarefa 
de continuar a cartografia estelar da expansão do Universo. 

Em 1997 aposentou-se, porém continuou 
como Astrônomo Emérito 
do Grupo de Pesquisa dos Observatórios
 (em Pasadena, Califórnia)
 pertencente à Instituição Carnegie de Washington.

A continuidade dada por Sandage 
à disciplina de observação cosmológica 
que Hubble havia iniciado lançou a base 
para responder as perguntas fundamentais da Cosmologia.
Idade, tamanho, forma e, talvez, destino do Universo. 
Para isso, era necessário achar o verdadeiro valor 
da constante de Hubble, Ho 
(ou seja, a velocidade da expansão do Universo) 
e o parâmetro de desaceleração 
(ou seja, como decresce essa velocidade). 
Em 1929 o valor que Hubble obteve para Ho era 
500 km/seg/Mpc,
 porém com novas técnicas usadas entre 1960 e 1970, 
Sandage e G. Tammann (suíço) 
reduziram este valor para 50.
 Isto trouxe a idade do Universo para cerca de 20 bilhões de anos. 
A constante de Hubble se baseia em dois valores: 
a) o deslocamento para o vermelho da luz das galáxias, 
o que é relativamente fácil de determinar, 
e b) a distância até essas galáxias, o que é muito mais difícil. 
Tem havido muitas controvérsias acerca desses valores, 
porém os últimos dados são mais consistentes 
com o valor de Ho determinado por Sandage.
Além de trabalhar com a constante de Hubble, 
Sandage também investigou 
as pulsações das estrelas variáveis,
 a evolução estelar, 
a primeira identificação óptica dos quasares 
e a classificação, formação e evolução de galáxias.

Quasares
Os quasares são os núcleos de galáxias 
em processo de enfraquecimento ou de expansão 
que se encontram em grandes distâncias, bilhões de anos luz.
Os quasares são os objetos mais brilhantes do Universo conhecido.

 
Sandage escreveu mais de 400 artigos e cinco livros. 
Foi premiado com as mais altas honrarias pela Inglaterra, 
Estados Unidos e Suécia (esta última equivalente ao prêmio Nobel).

Sandage ressaltava que a ciência pode tratar somente 
de uma área limitada dos problemas. 
A astronomia não pode nos dizer o porquê, 
nem indicar-nos o propósito. 
A ciência não pode nos dar base 
para compreendermos a existência, o propósito, 
o valor moral, e o livre arbítrio. 
A ciência não tem significado em si mesma,
 porém a religião é plena de significado.

Por volta dos seus cinqüenta anos, 
Sandage veio a compreender que deve haver algum princípio organizador e de ordenação, que chamou de DEUS. 
O mundo era demasiado mágico para ser um acidente. 
As “conexões delicadas” necessitavam de um programa de ação. 
A astronomia mostrava evidências de planejamento, 
e mesmo a vida podia ser melhor explicada como milagre 
do que como casualidade. 
A “tremenda complexidade do equilíbrio químico do corpo humano” tinha que ser um milagre, 
não poderia ser causada pela “progressiva seleção do mais apto”. Temos que “inclinar-nos ante o mistério da existência”.
Entretanto, o fato da existência de planejamento 
levou Sandage ao “Deus dos filósofos 
e não ao DEUS das Escrituras”. 
Reconheceu que identificar a força organizadora 
como o DEUS da Bíblia requeria um salto de fé. 
Não bastava somente o caminho da razão. 
Apenas um ato de vontade lhe poderia trazer paz, 
e finalmente decidiu dar o salto de fé.
 “Finalmente decidi usar minha vontade para crer”, disse Sandage.
 “As respostas às perguntas da vida requerem um ato da vontade 
e este ato da vontade não encontra lugar no método científico. 
No cristianismo nós cremos antes de ter todas as evidências, 
e então esperamos o que acontece.
 A fé precede a compreensão; 
e temos que crer para poder entender. 
Esta trajetória religiosa, às vezes, 
é um salto demasiado grande para alguns homens de ciência.”
A conversão completa de Sandage foi no ano de 1980 
e deu-se com a ajuda do testemunho de cristãos dedicados 
que ele admirava por outras razões. 
Uniu-se a uma comunidade de fé, 
e passou a pertencer aos “Fundamentalistas Evangélicos.”
Sandage afirmou: 
"o evento da criação está fora do campo da ciência 
e somente pode ser entendido através do sobrenatural." 
A expansão do Universo é uma predição científica 
que aponta para o evento da criação. 
As flutuações quânticas como fontes de criação 
são uma especulação vazia. 
A física não provê nenhum modo 
de predizer este evento sobrenatural.
” Ele considerava que a ciência e a religião 
devem relacionar-se mutuamente com seriedade, 
porém devem fixar claramente seus limites. 
A ciência responde o que, quando e como, 
e a religião responde por quê.
Sandage se considerava um homem religioso. 
Suas vigílias à noite no telescópio eram-lhe inspiradoras. 
Contudo, a ciência encerrava muitos mistérios para ele: 
por que a matemática explica tão bem o mundo; 
o porquê da ação à distância da gravidade de Newton; 
o eletromagnetismo de Maxwell e como funciona; 
e a mecânica quântica.
Em seu escritório tinha um frasco que ele chamava de 
“Vitaminas Bíblicas Superpotentes”, 
contendo 365 cápsulas plásticas com versos da Bíblia. 


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