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segunda-feira, 15 de março de 2021

... Como surgiu a Via Sacra ? ...





Meditar a paixão de JESUS é uma demonstração de amor.

Maria, a mãe de JESUS, enquanto viveu, 
 sempre que possível,
 percorria o trajeto feito por SEU filho antes da morte.


A meditação da Via Sacra, consiste na devoção religiosa 
em que as pessoas 
que não podem fazer o percurso pessoalmente em Jerusalém, 
fazem mentalmente em oração e meditação 
o percurso de JESUS carregando o pesado madeiro 
do Pretório de Pôncio Pilatos até ao Monte Calvário.


O trajeto da Via Sacra, em Jerusalém, 
é marcado por 14 pontos.  
O trajeto total só pode ser percorrido a pé.
Hoje essa via tem o nome Via Dolorosa.


Desde os primórdios do Cristianismo, 
os fiéis dedicaram profunda veneração 
aos lugares santificados pela vida, a morte, 
e a glorificação do Senhor JESUS. 
De longínquas regiões,
 iam a Jerusalém, fiéis, a fim de lá orar, 
levando para seu lugar de origem 
as narrativas da viagem.
Na antiguidade encontramos importantes narrativas,
como as dos menbros da Etéria(Grécia), 
e a do peregrino de Bordéus (França - séc. IV). 
Voltando às suas pátrias, esses peregrinos  
procuravam reproduzir, por meio de quadros 
ou pequenos monumentos, 
os veneráveis locais que haviam visitado.


A tendência a reproduzir a Via Dolorosa,
se acentuou por efeito das Cruzadas (séc. XI / XIII), 
que proporcionaram a muitos féis 
o ensejo de conhecer os lugares santos 
e de se nutrir da espiritualidade dos mesmos. 
Então, principalmente nos mosteiros, 
se foram erguendo capelas ou monumentos 
que recordavam os diversos santuários da Terra Santa 
e eram objeto de “peregrinação” espiritual dos monges 
e das monjas que não podiam viajar para o Oriente.

E o fervor levou os fiéis a quererem também percorrer 
mesmo que mentalmente,
o Caminho Doloroso do Senhor JESUS 
observando a sucessão dos lugares e dos episódios 
que teceram a história da Paixão de JESUS.

Muitas são as lindas histórias deixadas por fiéis,
nascidas do desejo ardente de visitar  a Terra Santa. 


Conta-se, por exemplo, 
que a bem-aventurada,
nobre romana Julia Eustóquia (falecida em 419),
( Julia, sua mãe e São Jerônimo)
construiu no interior de sua clausura 
uma capelinha que lembrava o nascimento de JESUS, 
outra evocava a casa de sua Mãe Santíssima, 
e outras mais, que significavam respectivamente 
o monte das Oliveiras, o Cenáculo, as casas de Anás e Caifás, 
o pretório de Pilatos, o monte Calvário 
e por fim, o Santo Sepulcro.
 Visitava diariamente esses monumentos 
 e contemplava com lágrimas 
os acontecimentos da vida de JESUS.



Um dos casos mais expressivos 
da piedade fervorosa da Idade Média 
aconteceu no Mosteiro Cisterciense de Lorvão (Portugal).

Este fato deu-se  provavelmente no séc. XV.
 Uma religiosa 
 antes de se consagrar a DEUS no claustro, 
fez a promessa de ir  fazer a peregrinação na Terra Santa. 
Tendo, porém, entrado para o mosteiro, 
já não podia dispor de si para empreender tal viagem.  
Orava,  e mortificava-se ardentemente, 
na esperança de conseguir realizar seu desígnio. 
Num dia oportuno, a irmã conseguiu recorrer ao Papa 
para se confessar, e falar de sua promessa.
 O confessor, para lhe dar a Paz
respondeu-lhe que ela poderia fazer no mosteiro mesmo 
uma peregrinação espiritual,
 levando-se de corpo e alma,
 por tanto tempo quanto duraria a viagem à Terra Santa. 
Diante disto, a religiosa, 
tendo obtido o consentimento da sua superiora, 
resolveu empreender o itinerário espiritual.
 Um belo dia despediu-se das Irmãs 
e cessou o contato com elas. 
A partir daquele momento, pelo prazo de um ano,
 pôs-se a peregrinar dentro da clausura,
 de um altar ou de um oratório para outro, 
identificando-os com os lugares santos 
que os peregrinos de Jerusalém deviam percorrer.
 Fazia suas refeições depois que o refeitório já estava vazio,
 deixando para os pobres a maior parte dos alimentos 
que lhe eram destinados.
 A noite dormia no chão. 
Após doze meses de tal regime, 
na tarde em que devia encerrar a peregrinação espiritual, 
a Irmã dirigiu-se para a Igreja, onde entrou em oração 
diante do Santíssimo Sacramento, com as mãos erguidas. 
Ficou nessa posição até a manhã seguinte. 
Quando a Irmã sacristã, ao abrir a Igreja,
a avistou, 
resolveu avisá-la de que os fiéis iam entrar  
para assistir à Santa Missa. 
Eis, porém que a “Irmã” estava morta, 
de joelhos, braços erguidos, 
irradiando do seu semblante 
uma luminosidade extraordinária.


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