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quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

... Hans Christian Andersen ...



Hans Christian Andersen
nasceu em 2 de abril de 1805, na cidade de Odense, 
e faleceu a 4 de agosto de 1875, em Copenhague.
(Dinamarca)


A infância pobre de Andersen lhe deu a chance 
de conhecer os contrastes de sua sociedade, 
o que influenciou bastante as histórias infantis e adultas 
que viria a escrever. 
Aos 11 anos, precisou abandonar a escola, 
por razões de sobrevivência, 
mas já demonstrava aptidão para o teatro e a literatura.

Aos 14 anos, Andersen foi para Copenhague, 
onde conheceu o diretor do Teatro Real, Jonas Collin. 
Andersen trabalhou como ator e bailarino, 
além de escrever algumas peças. 
Em 1828, entrou na Universidade de Copenhague 
e já publicava livros, 
mas só alcançou o reconhecimento internacional em 1835, 
quando lançou o romance "O Improvisador".

Hans Christian Adersen,
foi um poeta e escritor dinamarques.

Apesar de ter escrito romances adultos,
livros de poesia e relatos de viagens,
foram os contos infantis que o tornaram famoso.
Em suas histórias, Andersen buscava sempre
passar padrões de comportamento
que deveriam ser adotados pela sociedade,
mostrando inclusive os confrontos
entre poderosos e desprotegidos,
fortes e fracos.
Ele buscava demonstrar
que todos os homens deveriam ter direitos iguais.
Entre 1835 e 1842, Andersen lançou seis volumes
de "Contos" para crianças.
E continuou escrevendo contos infantis até 1872,
chegando a 156 histórias.
Graças a sua contribuição para a literatura
infantil e adolescência, a data de seu nascimento,
02 de abril, é hoje
o Dia Internacional do Livro Infanto - Juvenil.
Além disso, o mais importante prêmio internacional
do gênero, leva seu nome.


 A pequena vendedora de fósforos 
                                                         Conto de Hans Christian Andersen



Que frio tão atroz!
Caía a neve, e a noite chegando.
Era dia de Natal.
No meio do frio e da escuridão, uma pobre menina
passou pela rua com a cabeça e os pés descobertos.
É verdade que tinha sapatos quando saíra de casa,
mas não lhe serviram por muito tempo.
Eram uns chinelos enormes que sua mãe já havia usado.
Tão grandes, que a menina os perdeu
quando atravessou a rua correndo,
para que as carruagens que iam em direções opostas,
não lhe atropelassem.
A menina caminhava com os pézinhos descalços,
que estavam vermelhos e azuis de frio.
Levava em uma cestinha, algumas caixas de fósforos,
e tinha na mão uma delas como amostra.
Era um péssimo dia.
Nenhum comprador havia aparecido,
e por consequencia, 
a menina não tinha ganho nem um centavo.
Tinha muita fome, muito frio,
e um aspecto miserável.
Pobre menina!
Os flocos de neve caíam sobre seus longos cabelos,
que se esparramavam em lindos caracóis
sobre o pescoço.
Porém ela não pensava nos seus cabelos.
Via a agitação das luzes através das janelas,
sentia o cheiro dos assados por toda parte.
Era dia de Natal,
e nesta festa pensava a infeliz menina.
Não aguentando mais o frio, sentou
e acomodou-se entre duas casas.
O frio se apoderava dela,
mas não se atrevia a aparecer em sua casa,
pois voltaria com todos os fósforos 
e sem nenhuma moeda.
Sua madrasta a maltrataria,
e na sua casa também fazia muito frio.
Suas mãozinhas estavam quase duras de frio.
Ah! Quanto prazer lhe causaria esquentar-se
com um fósforo.
Se ela se atrevesse a tirar só um da caixa,
riscaria na parede e aqueceria os dedos.
Tirou um e ...  rich...
Como iluminava e como esquentava!
Tinha uma chama clara e quente
como de uma velinha, 
quando a rodeou com sua mão.
Que luz tão bonita!
A menina acreditava que estava sentada 
em uma chaminé enfeitada com bolas
e coberta com uma capa de latão reluzente.
O fogo ali luzia de uma forma tão linda!
Esquentava tão bem!
Mas tudo acaba no mundo.
A menina estendeu os pézinhos
para esquentá-los também,
mas a chama se apagou.
Não havia nada mais em sua mão,
só um pedacinho de fósforo.
Riscou outro,
que acendeu como o primeiro. 
E ali onde a luz caiu sobre a parede,
fez-se tão transparente como uma gaze.
A menina imaginou ver um salão,
onde a mesa estava coberta 
por uma toalha branca resplandecente,
com finas porcelanas,
e sobre a qual um peru assado e recheado
exalava um cheiro delicioso.
Oh, surpresa! ... Oh, felicidade!
Logo a menina teve a ilusão de que a ave saltava
da travessa para o chão,
com o garfo e a faca cravados no peito,
e rodava até chegar a seus pezinhos.
Mas o segundo fósforo apagou-se,
e ela só viu diante de si, 
nada mais que uma parede impenetrável e fria.
Acendeu um novo fósforo.
E agora, acreditou mesmo que estava sentada
perto de um magnífico presépio.
Era maior e mais bonito que todos os que havia visto
aqueles dias nas vitrines das mais ricas lojas.
Mil luzes ardiam nas arvorezinhas,
os pastores pareciam começar a sorrir para a menina.
Embelezada, ela levantou as duas mãos, 
e o fósforo se apagou.
Todas as luzes do presépio se foram,
e ela compreendeu então,
que não eram nada além de estrelas.
Uma delas passou traçando
uma linha de fogo no céu.
Isto quer dizer que alguém morreu, pensou a menina.
Sua vovozinha, uma pessoa que tinha sido boa com ela,
mas que já não estava viva, 
dizia que quando cai uma estrela,
é que uma alma sobe para o trono de DEUS. 
A menina ainda riscou outro fósforo na parede,
e imaginou ver uma ver uma grande luz,
no meio da qual estava sua avó,
com um aspecto sublime e radiante.
A menina gritou, gritou.
Vovozinha leve-me com você!
Quando o fósforo se apagar,
eu sei bem que não lhe verei mais.
Você desaparecerá como a chaminé,
como o peru assado e como o lindo presépio.
Depois se atreveu a riscar o resto da caixa de fósforos,
pois queria conservar a ilusão de que via sua avó,
e os fósforos lhe abriram uma claridade vivíssima.
Nunca a avó lhe havia parecido tão grande,
nem tão bonita.
Nesse momento, enternecida,
a avó pegou a menina nos braços,
e as duas subiram no meio de uma luz,
até um lugar muito alto, onde não fazia frio,
não se sentia tristeza e nem fome.
Quando raiou o dia, a menina continuava sentada
encostada na parede da casa, com as bochechas vermelhas,
e um sorriso nos lábios.
Morta!
Morta de frio na noite de Natal.
O Sol iluminou aquele terno ser, sentado ali
com as caixas de fósforos,
das quais uma havia sido riscada por completo.
Alguém falou:
- Queria esquentar-se a pobrezinha!
Mas ninguém sabia por tudo o que ela passou,
e da maravilha que aconteceu com ela,
e em meio de que esplendor ela havia entrado
com sua idosa avó no reino dos céus.




Uma história comovente, bonita e triste.
Ela nos leva a pensar e refletir,
sobre quantos "vendedores e vendedoras de fósforos" temos,
  muitas vezes até bem próximos de nós.
E o que fazemos para tentar amenizar "o frio"
da existência deles?


Agradeçamos a DEUS,
pelo que somos e pelo que temos.






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