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domingo, 15 de maio de 2022

... Um conto ...



Um velho sitiante de muita dedicação ao seu trabalho, 
 por longos anos, 
muito tempo mesmo, e já com idade avançada, 
um dia recebeu a visita de um estranho, 
vindo de terras longínquas a procura de um sonho 
e queria realizá-lo. 
Este visitante viajou por longos dias a cavalo, 
viagem desgastante, cansativa, mas muito esperançosa. 
Cada dia que ficava para trás no trajeto da viagem até ali, 
o deixava muito feliz por sentir que a sorte nunca o abandonaria, 
e a cada passo a sua emoção lhe surpreendia, 
e como agradecia a DEUS por esta viagem tão feliz. 
Forasteiro naquela região, 
mas determinado em realizar seu sonho.
Era uma aventura das mais fascinantes 
que até ali ouvira falar e contar por pessoas vividas e antigas. 
Um dia de tardezinha chegou ao destino. 
Era um sitio bem localizado com serras ao longe,  
margeado por um ribeirão muito caudaloso. 
Era um lugar aprazível, gostoso de viver 
e apreciar as belezas da natureza. 
Aquele senhor que fora nascido e criado naquele lugar 
era uma pessoa muito simpática, cortês 
e muito alegre, acolhedor, pois por ali passava muitos viageiros 
que iam para outras paragens. 
Era um ponto quase de parada obrigatória 
para quem transitava por aqueles lados.
O nosso amigo sitiante morava só, era viúvo há muitos anos. 
Convivia com seus animais de estimação e suas criações de cabras, ovelhas, e algumas vacas leiteiras. 
Sempre visitado por seus filhos e familiares, 
a bem da verdade não era só. 
Então o nosso viajante chegando 
foi bem recebido pelo senhor 
que muito agradável e proseador lhe indagou para onde ia. 
O viajante  se sentindo em casa respondeu: 
- Vim exatamente aqui e lhe agradeço muito 
se me  permitir pernoitar hoje em sua casa. 
 Preciso mesmo de um descanso, há dias que viajo, 
a minha montaria já demonstra fadiga também. 
Mas o hospedeiro muito gentil, tirou os arreios do animal, 
levou-o para beber agua no riacho, 
depois deu de comer e soltou-o no campo. 
Voltando arranjou um quarto para o seu hóspede, 
que se alegrou muito com a cortesia do senhor. 
Descansou um pouco e foi para o banho.
 Depois do jantar, sentaram lá no terreiro á luz da lamparina 
e conversaram muito. 
Aí o nosso amigo disse ao senhor, o motivo de sua viagem.
 - Na verdade eu vim até aqui guiado por um sonho que tenho. 
Várias vezes isso aconteceu, 
então decidi ver se o fato é verdadeiro. 
Disse o senhor:
- Conte-me lá esse sonho. 
- Pois é amigo, eu sonho com esta sua chácara 
e que num dos cômodos de sua casa 
tem um tesouro enterrado no subsolo, 
então eu percebi que isso é verdade e se o senhor consentir cavucaremos e dividiremos o que acharmos. 
Metade minha e a outra sua. 
Concorda amigo? 
Acho que isso é verdade porque nunca viajei por esses lados
 e vim certinho em sua casa e reconheci o senhor. 
Estou muito animado por ser um baú grande e lotado de riquezas. Estaremos ricos, senhor! 
Só dependo do senhor para isto acontecer. 
O velho escutou toda a história do viajante em silêncio 
e respondeu: 
- Meu filho, deixa de tolices, isso nunca existiu por aqui 
e muito menos em minha casa. 
Sou nascido e criado nestas redondezas, conheci muitas pessoas,
 algumas já morreram e nunca ninguém falou destas coisas. 
Isto é bobagem sua, desculpe amigo, eu te falar assim! 
- Mas eu sempre sonho com isso 
e é aqui que se encontra esta riqueza, tenho certeza disso! 
- Está enganado meu rapaz, jamais te negaria se isso fosse verdade. Vou lhe contar algo:
 - Eu também já sonhei muito com um lugar distante daqui, 
e neste lugar tem umas pedras grandes, 
e numa das pedras tem uma cabrita que dorme em cima dela. 
Vejo bem no sonho, é uma cabra pintada. 
Os demais cabritos dormem em outros lugares, 
só ela é que dorme nesta pedra. 
Embaixo da pedra 
alguém me mostrava um baú 
cheio de riquezas, pedras preciosas, e eu nunca pus isto na cabeça. 
Não creio nestas coisas, nunca tive vontade de ir atrás disto. 
Não perco meu tempo. 
Diante do fato explicado pelo anfitrião o rapaz ficou pensativo 
e nada disse a respeito ao bom velhinho. 
Mudaram de assunto 
e logo foram para os aposentos descansarem. 
Naquela noite o viajante nem dormiu direito 
por causa da descoberta que o senhor tinha feito sem saber. 
 No dia seguinte levantaram cedo, 
ele ajudou o senhor a cuidar dos animais, 
andaram pela roça. 
O rapaz estava muito contente e feliz da vida, 
mas em silêncio pela verdade que veio a ele, sem esperar. 
Pensava o rapaz:
💭 Será esse senhor a minha sorte ??? 
 No outro dia cedinho agradecendo a hospitalidade do senhor, despediu-se e retornou a sua casa. 
Lá chegando da viagem, na entrada de sua chacrinha 
 viu a sua cabrita pintada deitada em cima da pedra. 
Sua mente iluminou-se, parecia ver o tesouro que o senhor dissera. Será que ali estava o tesouro que fora procurar tão longe 
numa desgastante  viagem? 
Descansou e no outro dia foi calmamente cavucar 
embaixo da pedra. 
A surpresa foi grande. 
Lá estava o baú cheinho de riquezas e pedras preciosas. 
 Ficou imaginando porque precisou ir tão longe 
para descobrir aquele tesouro que estava tão pertinho dele.   


Somos assim, 
muitas vezes precisamos dar voltas e mais voltas,
e só depois de muito vagar, 
é que conseguimos ver o que estava bem perto de nós.



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