Um velho sitiante de muita dedicação ao seu trabalho,
por longos anos,
muito tempo mesmo, e já com idade avançada,
um dia recebeu a visita de um estranho,
vindo de terras longínquas a procura de um sonho
e queria realizá-lo.
Este visitante viajou por longos dias a cavalo,
viagem desgastante, cansativa, mas muito esperançosa.
Cada dia que ficava para trás no trajeto da viagem até ali,
o deixava muito feliz por sentir que a sorte nunca o abandonaria,
e a cada passo a sua emoção lhe surpreendia,
e como agradecia a DEUS por esta viagem tão feliz.
Forasteiro naquela região,
mas determinado em realizar seu sonho.
Era uma aventura das mais fascinantes
que até ali ouvira falar e contar por pessoas vividas e antigas.
Um dia de tardezinha chegou ao destino.
Era um sitio bem localizado com serras ao longe,
margeado por um ribeirão muito caudaloso.
Era um lugar aprazível, gostoso de viver
e apreciar as belezas da natureza.
Aquele senhor que fora nascido e criado naquele lugar
era uma pessoa muito simpática, cortês
e muito alegre, acolhedor, pois por ali passava muitos viageiros
que iam para outras paragens.
Era um ponto quase de parada obrigatória
para quem transitava por aqueles lados.
O nosso amigo sitiante morava só, era viúvo há muitos anos.
Convivia com seus animais de estimação e suas criações de cabras, ovelhas, e algumas vacas leiteiras.
Sempre visitado por seus filhos e familiares,
a bem da verdade não era só.
Então o nosso viajante chegando
foi bem recebido pelo senhor
que muito agradável e proseador lhe indagou para onde ia.
O viajante se sentindo em casa respondeu:
- Vim exatamente aqui e lhe agradeço muito
se me permitir pernoitar hoje em sua casa.
Preciso mesmo de um descanso, há dias que viajo,
a minha montaria já demonstra fadiga também.
Mas o hospedeiro muito gentil, tirou os arreios do animal,
levou-o para beber agua no riacho,
depois deu de comer e soltou-o no campo.
Voltando arranjou um quarto para o seu hóspede,
que se alegrou muito com a cortesia do senhor.
Descansou um pouco e foi para o banho.
Depois do jantar, sentaram lá no terreiro á luz da lamparina
e conversaram muito.
Aí o nosso amigo disse ao senhor, o motivo de sua viagem.
- Na verdade eu vim até aqui guiado por um sonho que tenho.
Várias vezes isso aconteceu,
então decidi ver se o fato é verdadeiro.
Disse o senhor:
- Conte-me lá esse sonho.
- Pois é amigo, eu sonho com esta sua chácara
e que num dos cômodos de sua casa
tem um tesouro enterrado no subsolo,
então eu percebi que isso é verdade e se o senhor consentir cavucaremos e dividiremos o que acharmos.
Metade minha e a outra sua.
Concorda amigo?
Acho que isso é verdade porque nunca viajei por esses lados
e vim certinho em sua casa e reconheci o senhor.
Estou muito animado por ser um baú grande e lotado de riquezas. Estaremos ricos, senhor!
Só dependo do senhor para isto acontecer.
O velho escutou toda a história do viajante em silêncio
e respondeu:
- Meu filho, deixa de tolices, isso nunca existiu por aqui
e muito menos em minha casa.
Sou nascido e criado nestas redondezas, conheci muitas pessoas,
algumas já morreram e nunca ninguém falou destas coisas.
Isto é bobagem sua, desculpe amigo, eu te falar assim!
- Mas eu sempre sonho com isso
e é aqui que se encontra esta riqueza, tenho certeza disso!
- Está enganado meu rapaz, jamais te negaria se isso fosse verdade. Vou lhe contar algo:
- Eu também já sonhei muito com um lugar distante daqui,
e neste lugar tem umas pedras grandes,
e numa das pedras tem uma cabrita que dorme em cima dela.
Vejo bem no sonho, é uma cabra pintada.
Os demais cabritos dormem em outros lugares,
só ela é que dorme nesta pedra.
Embaixo da pedra
alguém me mostrava um baú
cheio de riquezas, pedras preciosas, e eu nunca pus isto na cabeça.
Não creio nestas coisas, nunca tive vontade de ir atrás disto.
Não perco meu tempo.
Diante do fato explicado pelo anfitrião o rapaz ficou pensativo
e nada disse a respeito ao bom velhinho.
Mudaram de assunto
e logo foram para os aposentos descansarem.
Naquela noite o viajante nem dormiu direito
por causa da descoberta que o senhor tinha feito sem saber.
No dia seguinte levantaram cedo,
ele ajudou o senhor a cuidar dos animais,
andaram pela roça.
O rapaz estava muito contente e feliz da vida,
mas em silêncio pela verdade que veio a ele, sem esperar.
Pensava o rapaz:
💭 Será esse senhor a minha sorte ???
No outro dia cedinho agradecendo a hospitalidade do senhor, despediu-se e retornou a sua casa.
Lá chegando da viagem, na entrada de sua chacrinha
viu a sua cabrita pintada deitada em cima da pedra.
Sua mente iluminou-se, parecia ver o tesouro que o senhor dissera. Será que ali estava o tesouro que fora procurar tão longe
numa desgastante viagem?
Descansou e no outro dia foi calmamente cavucar
embaixo da pedra.
A surpresa foi grande.
Lá estava o baú cheinho de riquezas e pedras preciosas.
Ficou imaginando porque precisou ir tão longe
para descobrir aquele tesouro que estava tão pertinho dele.
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