COMUNICADO IMPORTANTE


Informo que a Autora do Blog faleceu em 16 de Abril de 2023, e, por conta disso, este espaço não será mais atualizado, e também não haverá aprovação de novos comentários.

domingo, 22 de maio de 2022

... Mensagem diaria ...

 


Sinto falta de quem se foi e um dia fez parte de minha vida. 
E por ter partido deixou de existir? 
Não ... 
Continua intocável em meu coração, 
presente em cada batida, em cada respirar. 
Continua a existir,
 só que do lado de dentro de mim.



sábado, 21 de maio de 2022

... Para descontrair ...

 


Fotografias tiradas na hora certa, na hora errada,
ou não deveriam ter sido tiradas ???
Confiram ...































Que dó !!!




... Uma pequena folha ...


                                        Pablo Neruda

Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi.
Não soube que ias comigo, até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca, floresceram comigo.
 


quarta-feira, 18 de maio de 2022

... Mensagem diaria ...

 

                                       William Shakespeare

Chorar é diminuir a profundidade da dor. 


... Angústia ...


Angústia

Poetisa portuguesa .... Florbela D'alma da Conceição Espanca (1894 - 1930)

  Tortura do pensar! Triste lamento!
Quem nos dera calar a tua voz!
Quem nos dera cá dentro, muito a sós,
Estrangular a hidra num momento!

E não se quer pensar! ... E o pensamento
Sempre a morder-nos bem, dentro de nós...
Querer apagar no céu, ó sonho atroz! 
O brilho duma estrela, com o vento! ...

E não se apaga, não... Nada se apaga!
Vem sempre rastejando como a vaga...
Vem sempre perguntando: “O que te resta?...”

Ah! Não ser mais que o vago, o infinito!
Ser pedaço de gelo, ser granito,
Ser rugido de tigre na floresta!




terça-feira, 17 de maio de 2022

... Sem remédio ...


Sem remédio

Poetisa portuguesa .... Florbela D'alma da Conceição Espanca (1894 - 1930)

Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou...
Não sabem que passou, um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.

E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!

Sinto os passos de Dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!

E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar! 


segunda-feira, 16 de maio de 2022

... Benção Irlandesa ...

 


Uma benção Irlandesa, muito antiga, simples e bonita.
Desejo a todos que lerem ...

Que o caminho seja brando a teus pés,
O vento sopre leve em teus ombros.
Que o sol brilhe cálido sobre tua face,
As chuvas caiam serenas em teus campos.
E até que eu de novo te veja,
que DEUS te guarde nas palmas de SUAS mãos.




... O Lenhador ...

 


Era uma vez um lenhador 
que morava perto de um ribeirão caudaloso, 
piscoso e de muita correnteza 
que margeava a beiradinha da mata 
onde ele tirava lenha para vender e sobreviver com a sua família. 
Assim que o atravessava já estava no seu serviço diário.
 
Num certo dia ele vinha do trabalho, 
lá pelas, quase seis horas, 
ao atravessar o riacho escorregou na pinguela 
que transpunha o pequeno ribeirão e caiu na água. 
A correnteza o arrastou até mais embaixo. 
Como vinha com a sua ferramenta de trabalho ao ombro, 
o machado caiu e foi para o fundo do riacho. 
Nem pode saber ao certo onde a ferramenta caíra. 
Nadou e saiu do lado que dava para o caminho de sua casa. 
Todo molhado, sentou a beira do córrego 
e pôs-se apensar como faria para ter seu machado de volta, 
pois era o único que tinha. 
Sem achar jeito para dar buscas, começou a lamentar-se. 
E agora como farei? 
Já é quase noite, 
e com certeza a correnteza durante a noite 
cobrirá meu machado de areia e nunca mais o terei. 
Meu DEUS e agora? 
O pobre lenhador parecia uma criança 
quando perde seu brinquedo. 
Mas ele tinha toda razão, ficou quase em prantos. 
Resolveu ir embora, estava desolado, 
e quando se levantou ouviu um rumor nas águas 
que pareciam vir para o seu lado.

Espiou e tal não foi o seu espanto? 
Aparecera na superfície das águas 
uma figura estranha a seus olhos, 
a de uma mulher dos cabelos compridos. 
 Uma figura linda, mas só a metade dela 
 aparecia sobre as águas. 
Braços longos, anéis nos dedos, tudo reluzentes. 
No pescoço tinha um colar brilhante. 
O olhar era delicado e amistoso. 
Ante aquela aparição que nunca vira antes, 
o lenhador ficou sem fala,
 só olhando aquele ser que saiu da água. 
Ela rompeu aquele silêncio 
que dominava aqueles instantes em que um fitava o outro. 
Perguntou ao lenhador: 
- O que aflige o senhor que está tão triste e reclamando tanto? 
Ouvi seus lamentos e vim ver se posso lhe ajudar. 
O que aconteceu? 
Ele respondeu com certo receio: 
- É que eu vinha do serviço, escorreguei na pinguela, 
e o meu machado caiu n’água e não tenho como recuperá-lo! 
É a ferramenta do meu ganha-pão para a família, 
minha esposa e um monte de filhos. 
Estou sem saber o que fazer agora e já é quase noite! 
Por isso que estava reclamando da sorte! 
Ela sorrindo disse-lhe: 
- Espere um pouquinho que já volto! 
Mergulhou na água e ele pode vê-la, 
era a metade mulher e a outra metade era peixe.
 
Mas ficou quietinho, pois já ouvira falar naquela coisa, 
só que antes nunca tinha visto. 
Daí a pouco ela saiu e com um machado nas mãos, 
era de ouro por inteiro, 
aquilo reluzia á seus olhos de tão lindo. 
Perguntou-lhe: 
- É este o teu machado? 
O lenhador na sua simplicidade e sinceridade respondeu: 
- Não, não é esse não! 
Ela some nas águas e sai de novo em instantes 
com outro machado em mãos, só que este era de prata, 
reluzia do mesmo modo do primeiro. 
Pergunta-lhe outra vez: 
- É este? 
O lenhador diz: 
Não, não é esse também não! 
Ela deu o terceiro mergulho e de lá do fundo das águas 
surge com o seu verdadeiro machado, 
o de ferro com cabo de madeira. 
Interpela-o pela terceira vez. 
- É este o seu machado? 
- Sim, sim é este mesmo moça! 
Feliz disse a ela: 
- Dê cá este danado 
que agora não o deixarei cair mais, no riacho. 
Ela passou-lhe a ferramenta 
e pediu que ele esperasse só mais um pouquinho. 
Foi lá no fundo d’agua e trouxe os outros dois, 
o de ouro e o de prata e lhe deu de presente 
como recompensa pela sua honestidade. 
Ela percebeu que no coração do lenhador 
não havia ganância e nem malícia! 
Ele agradeceu muito a moça,  
e foi-se feliz da vida para sua casa. 
No dia seguinte amanheceu contando para a vizinhança 
o que acontecera com ele. 
Dizia que não precisaria mais trabalhar tanto como antes, 
pois ficara rico. 
Um dos seus vizinhos ouvindo sua história,
já arquitetou um plano. 
Fingindo que tirava lenhas, 
passando pelo riacho no mesmo lugar do vizinho 
fingiu cair, jogou seu machado n’água 
e sentou-se na margem do riacho, 
e pôs-se a lamentar. 
Meu DEUS e agora que faço? 
Perdi meu machado! 
Como vou viver sem ele? 
Como ficará minha vida sem minha ferramenta? 
Vou comer o que? 
Se é com ela que ganho meu sustento? 
Não demorou, as águas balançaram e a sereia apareceu: 
O que foi homem, que está lamentando tanto 
que de lá do fundo das águas ouvi suas lamentações? 
- É que perdi meu machado aí nas aguas, 
e não consigo tirá-lo para amanhã  trabalhar na mata. 
 Vivo de tirar lenhas, adiantou o homem.
 A sereia deu um mergulho e saiu de lá do fundo do riacho 
com um machado de ouro, e outro de ferro, 
justamente o dele e perguntou-lhe: 
- Qual dos dois é o seu machado? 
Pois são os únicos que encontrei lá no fundo! 
- Sim, sim é este de cá, este amarelinho reluzente, 
referindo-se ao de ouro, é este mesmo, moça.
A sereia olhou longamente para o homem, deu de ombros,
  mergulhou nas águas, com os dois machados, 
e não mais voltou. 
Sem graça, cabisbaixo, o homem foi-se embora,
 até sem o seu machado de ferro!


Quem tudo quer,
tudo perde.
 

domingo, 15 de maio de 2022

... Repassando ...

 



Repassando como recebi.
Temos que ter cuidado ao repassar mensagens aqui.
Muita mentira e muita montagem.
Mas esse vídeo eu achei bem natural,
e até possível de ser verdadeiro,
dada a qualidade dos fertilizantes atuais.





... Um conto ...



Um velho sitiante de muita dedicação ao seu trabalho, 
 por longos anos, 
muito tempo mesmo, e já com idade avançada, 
um dia recebeu a visita de um estranho, 
vindo de terras longínquas a procura de um sonho 
e queria realizá-lo. 
Este visitante viajou por longos dias a cavalo, 
viagem desgastante, cansativa, mas muito esperançosa. 
Cada dia que ficava para trás no trajeto da viagem até ali, 
o deixava muito feliz por sentir que a sorte nunca o abandonaria, 
e a cada passo a sua emoção lhe surpreendia, 
e como agradecia a DEUS por esta viagem tão feliz. 
Forasteiro naquela região, 
mas determinado em realizar seu sonho.
Era uma aventura das mais fascinantes 
que até ali ouvira falar e contar por pessoas vividas e antigas. 
Um dia de tardezinha chegou ao destino. 
Era um sitio bem localizado com serras ao longe,  
margeado por um ribeirão muito caudaloso. 
Era um lugar aprazível, gostoso de viver 
e apreciar as belezas da natureza. 
Aquele senhor que fora nascido e criado naquele lugar 
era uma pessoa muito simpática, cortês 
e muito alegre, acolhedor, pois por ali passava muitos viageiros 
que iam para outras paragens. 
Era um ponto quase de parada obrigatória 
para quem transitava por aqueles lados.
O nosso amigo sitiante morava só, era viúvo há muitos anos. 
Convivia com seus animais de estimação e suas criações de cabras, ovelhas, e algumas vacas leiteiras. 
Sempre visitado por seus filhos e familiares, 
a bem da verdade não era só. 
Então o nosso viajante chegando 
foi bem recebido pelo senhor 
que muito agradável e proseador lhe indagou para onde ia. 
O viajante  se sentindo em casa respondeu: 
- Vim exatamente aqui e lhe agradeço muito 
se me  permitir pernoitar hoje em sua casa. 
 Preciso mesmo de um descanso, há dias que viajo, 
a minha montaria já demonstra fadiga também. 
Mas o hospedeiro muito gentil, tirou os arreios do animal, 
levou-o para beber agua no riacho, 
depois deu de comer e soltou-o no campo. 
Voltando arranjou um quarto para o seu hóspede, 
que se alegrou muito com a cortesia do senhor. 
Descansou um pouco e foi para o banho.
 Depois do jantar, sentaram lá no terreiro á luz da lamparina 
e conversaram muito. 
Aí o nosso amigo disse ao senhor, o motivo de sua viagem.
 - Na verdade eu vim até aqui guiado por um sonho que tenho. 
Várias vezes isso aconteceu, 
então decidi ver se o fato é verdadeiro. 
Disse o senhor:
- Conte-me lá esse sonho. 
- Pois é amigo, eu sonho com esta sua chácara 
e que num dos cômodos de sua casa 
tem um tesouro enterrado no subsolo, 
então eu percebi que isso é verdade e se o senhor consentir cavucaremos e dividiremos o que acharmos. 
Metade minha e a outra sua. 
Concorda amigo? 
Acho que isso é verdade porque nunca viajei por esses lados
 e vim certinho em sua casa e reconheci o senhor. 
Estou muito animado por ser um baú grande e lotado de riquezas. Estaremos ricos, senhor! 
Só dependo do senhor para isto acontecer. 
O velho escutou toda a história do viajante em silêncio 
e respondeu: 
- Meu filho, deixa de tolices, isso nunca existiu por aqui 
e muito menos em minha casa. 
Sou nascido e criado nestas redondezas, conheci muitas pessoas,
 algumas já morreram e nunca ninguém falou destas coisas. 
Isto é bobagem sua, desculpe amigo, eu te falar assim! 
- Mas eu sempre sonho com isso 
e é aqui que se encontra esta riqueza, tenho certeza disso! 
- Está enganado meu rapaz, jamais te negaria se isso fosse verdade. Vou lhe contar algo:
 - Eu também já sonhei muito com um lugar distante daqui, 
e neste lugar tem umas pedras grandes, 
e numa das pedras tem uma cabrita que dorme em cima dela. 
Vejo bem no sonho, é uma cabra pintada. 
Os demais cabritos dormem em outros lugares, 
só ela é que dorme nesta pedra. 
Embaixo da pedra 
alguém me mostrava um baú 
cheio de riquezas, pedras preciosas, e eu nunca pus isto na cabeça. 
Não creio nestas coisas, nunca tive vontade de ir atrás disto. 
Não perco meu tempo. 
Diante do fato explicado pelo anfitrião o rapaz ficou pensativo 
e nada disse a respeito ao bom velhinho. 
Mudaram de assunto 
e logo foram para os aposentos descansarem. 
Naquela noite o viajante nem dormiu direito 
por causa da descoberta que o senhor tinha feito sem saber. 
 No dia seguinte levantaram cedo, 
ele ajudou o senhor a cuidar dos animais, 
andaram pela roça. 
O rapaz estava muito contente e feliz da vida, 
mas em silêncio pela verdade que veio a ele, sem esperar. 
Pensava o rapaz:
💭 Será esse senhor a minha sorte ??? 
 No outro dia cedinho agradecendo a hospitalidade do senhor, despediu-se e retornou a sua casa. 
Lá chegando da viagem, na entrada de sua chacrinha 
 viu a sua cabrita pintada deitada em cima da pedra. 
Sua mente iluminou-se, parecia ver o tesouro que o senhor dissera. Será que ali estava o tesouro que fora procurar tão longe 
numa desgastante  viagem? 
Descansou e no outro dia foi calmamente cavucar 
embaixo da pedra. 
A surpresa foi grande. 
Lá estava o baú cheinho de riquezas e pedras preciosas. 
 Ficou imaginando porque precisou ir tão longe 
para descobrir aquele tesouro que estava tão pertinho dele.   


Somos assim, 
muitas vezes precisamos dar voltas e mais voltas,
e só depois de muito vagar, 
é que conseguimos ver o que estava bem perto de nós.



sábado, 14 de maio de 2022

... Fábula ...



 Fábula de Esopo 
  escravo e contador de histórias que viveu na Grécia Antiga (620 a.C.- 560 a.C.)

A Raposa e o Corvo

Um Corvo roubou um queijo
e com ele fugiu para o alto de uma árvore. 
Uma Raposa, ao vê-lo, 
desejou tomar posse do queijo para comer. 
Colocou-se ao pé da árvore 
e começou a louvar a beleza e a graça do Corvo, dizendo:
- Com certeza és formoso, gentil 
e nenhum pássaro poderá ser comparado a ti desde que tu cantes.
O Corvo, querendo mostrar-se, 
abriu o bico para tentar cantar, fazendo o queijo cair. 
A Raposa abocanhou o petisco e saiu correndo, 
ficando o Corvo, além de faminto, ciente de sua ignorância.



Moral da História
  Nem todo mundo que nos elogia tem boas intenções. 
Devemos tomar cuidado 
com as pessoas bajuladoras e interesseiras.


 

... Silêncio ...


Silêncio

Poetisa portuguesa .... Florbela D'alma da Conceição Espanca ( 1894 - 1930)


No fadário que é meu, neste penar,
Noite alta, noite escura, noite morta,
Sou o vento que geme e quer entrar,
Sou o vento que vai bater-te à porta…

Vivo longe de ti, mas que me importa?
Se eu já não vivo em mim! Ando a vaguear
Em roda à tua casa, a procurar
Beber-te a voz, apaixonada, absorta!

Estou junto de ti, e não me vês…
Quantas vezes no livro que tu lês
Meu olhar se pousou e se perdeu!

Trago-te como um filho nos meus braços!
E na tua casa… Escuta!… Uns leves passos…
Silêncio, meu Amor!… 
Abre! Sou eu!…