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quarta-feira, 20 de outubro de 2021

... O Rouxinol e a Rosa ...


Era uma vez, 
um jovem que morava numa casa com um lindo jardim.
Nesse jardim vivia um rouxinol,
que toda manhã ia para perto de uma janela, 
onde o jovem rapaz comendo seu pão, 
ia contemplar a beleza  da natureza.
O jovem rapaz, sempre com seu pão na mão,
 deixava cair farelos, sobre a janela.
O rouxinol, comia os farelos, 
acreditando que o jovem os deixava de propósito para ele.
Assim, criou um grande afeto 
pelo jovem 
que se importava em alimentá-lo, 
mesmo com migalhas.
O jovem um dia se apaixonou.
Ao se declarar a sua amada, ela disse que só aceitaria seu amor, 
se como prova, ele desse a ela, na manhã seguinte, 
uma rosa vermelha.
O jovem, percorreu todas as floriculturas da cidade, 
mas sua busca foi em vão, não encontrou nenhuma rosa vermelha
para ofertar a sua amada.
Triste, desolado, o jovem foi falar com o jardineiro de sua casa.  
 O jardineiro explicou a ele, que poderia presenteá-la 
com petúnias, violetas, cravos, menos rosas.
Elas estavam fora de época, era impossível conseguí-las, 
naquela estação.
O rouxinol, que escutara a conversa, 
ficou penalizado pela desolação do jovem, 
teria que fazer algo para ajudar seu amigo, a conseguir a flor.
Assim, a ave procurou o sábio dos pássaros que assim falou:
- Na verdade, 
você pode conseguir uma rosa vermelha para teu amigo, 
mas o sacrifício será grande, e pode custar-lhe a vida!
- Respondeu o rouxinol:
- Não importa. O que devo fazer?
- Bem, você terá que se emaranhar em uma roseira, 
e ali cantar a noite toda, sem parar, o esforço é muito grande, 
seu peito pode não agüentar.
-  Respondeu o rouxinol:
- Assim farei, pois é para a felicidade de um amigo!
Quando escureceu, o rouxinol, 
se emaranhou em meio a uma roseira, 
que ficava frente a janela do jovem.
Ali, se pôs a cantar, seu canto mais alegre, 
precisava caprichar na formação da flor.
Um grande espinho, começou a entrar no peito do rouxinol, 
quanto mais ele cantava, mais o espinho entrava em seu peito.
O rouxinol não parou, continuou seu canto, 
pela felicidade de um amigo, 
um canto que simbolizava gratidão, amizade. 
Um canto de doação, mesmo que fosse da própria vida!
Do peito da pobre ave, começou a escorrer sangue, 
que foi se acumulando sobre o galho da roseira, 
mas ele não se deteve, nem se entristeceu.
Pela manhã, ao abrir a janela, 
o jovem se deteve diante da mais linda rosa vermelha, 
formada pelo sangue do rouxinol. 
Sem questionar o milagre, apenas colheu a rosa.
Ao ver o corpo inerte do rouxinol, o jovem disse:
 - Que ave estúpida! 
Tendo tantas árvores para cantar, 
foi se enfiar justamente em meio a roseira que tem espinhos. 
Foi até bom, pelo menos agora dormirei em paz, 
sem ter que ficar escutando esse canto inconveniente do pássaro.




Cada um dá o que tem no coração ...
E cada um recebe com o coração que tem ...


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