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quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

... O amor não acaba, nós é que mudamos ... ( Martha Medeiros) ...




O amor não acaba, nós é que mudamos
                                                                                               Martha Medeiros 
 
 
 Um homem e uma mulher
vivem uma intensa relação de amor,
e depois de alguns anos se separam,
 cada um vai em busca do próprio caminho,
saem do raio de visão um do outro.
 
 
Que fim levou aquele sentimento?
 O amor realmente acaba?
 
 
 O que acaba
são algumas de nossas expectativas e desejos,
que são substituídos por outros no decorrer da vida.
As pessoas não mudam na sua essência,
mas mudam muito de sonhos,
 mudam de pontos de vista e de necessidades,
principalmente de necessidades.
 

 
O amor costuma ser amoldado
à nossa carência de envolvimento afetivo,
porém essa carência não é estática,
ela se modifica
 à medida que vamos tendo novas experiências,
à medida que vamos aprendendo com as dores,
 com os remorsos e com nossos erros todos.
 
O amor se mantém o mesmo
apenas para aqueles que se mantém os mesmos.
 Se nada muda dentro de você,
 o amor que você sente,
ou que você sofre,
também não muda.
Amores eternos
 só existem para dois grupos de pessoas.
 
 
O primeiro é formado
por aqueles que se recusam a experimentar a vida,
para aqueles que não querem investigar mais nada
 sobre si mesmo,
estão contentes com o que estabeleceram
como verdade
 numa determinada época e seguem com esta verdade
até os 120 anos.
 
 
O outro grupo é o dos sortudos:
aqueles que amam alguém,
e mesmo tendo evoluído com o tempo,
 descobrem que o parceiro também evoluiu,
e essa evolução se deu com a mesma intensidade
e seguiu na mesma direção.
Sendo assim, conseguem renovar o amor,
pois a renovação particular de cada um
 foi tão parecida que não gerou conflito.

 
 O amor não acaba.
 O amor apenas sai do centro
 das nossas atenções.
O tempo desenvolve nossas defesas,
nos oferece outras possibilidades
e a gente avança
 porque é da natureza humana avançar.
Não é o sentimento que se esgota,
somos nós que ficamos esgotados de sofrer,
ou esgotados de esperar,
ou esgotados da mesmice.
 
 
Paixão termina, amor não.
Amor é aquilo
que  deixamos ocupar todos os nossos espaços,
enquanto for bem-vindo,
e que transferimos para o quartinho dos fundos
 quando não funciona mais,
mas que nunca expulsamos definitivamente de casa.
 

 
 
 
 



 

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