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domingo, 21 de novembro de 2021

... Lucrécia Bórgia ...

Lucrécia Bórgia,
* em Subiaco no dia 18/04/1480,
🕂 em Ferrara no dia 24/06/1519,
  Itália

Lucrécia Bórgia, ou Borja foi uma nobre italiana, 
o último membro influente da família dos Bórgia.  
Apesar de mecenas, a história lhe atribuiu 
todo tipo de crimes e vícios, 
até o ponto de ter sido considerada o protótipo da maldade como,
cortesã mundana, incestuosa, envenenadora de maridos.
Mas isso foi por conta dos sensacionalistas e más línguas da época.
Na verdade, Lucrécia não era nada disso.
Moça de graciosa beleza, perfeita castelã renascentista,
política, diplomata hábil, fascinante e astuta.
Sua única culpa foi a de pertencer 
a uma família corrupta e sem escrúpulos do Renascimento,
e se ver envolvida mais como vítima do que como cúmplice
nas intrigas de seu pai e de seu irmão.


Rodrigo de Borja e Doms, teve alguns filhos,
sendo que com com Vannozza dei Cattanei, 
uma de suas muitas amantes teve os filhos:   
Giovanni Bórgia, duque de Gandía, nascido em 1474,
César Bórgia, nascido em 1475,
Gioffre Bórgia, nascido em 1481 ou 1482,
Lucrécia Bórgia, nascida em 1480.

Também fez parte das relações amorosas de Rodrigo,
 Júlia Farnese, 
oriunda de uma das mais antigas e poderosas famílias romanas. 
Sua vida pouco eclesiástica
 mas de um hedonismo tipicamente renascentista,
tornaram Rodrigo, um dos paradigmas 
dos pontífices decadentes e mundanos 
que tanto Lutero e Calvino criticariam mais tarde.

Rodrigo Bórgia doutorou-se em Direito Canônico, 
na Universidade de Bolonha, no ano de 1456. 
Desempenhou o cargo de notário apostólico 
e foram-lhe outorgados os título de cardeal de São Nicolau 
e o de vice-chanceler da cúria de Roma, entre outros.

Um de seus antepassados, o bispo Alonso de Borja e Doms, 
foi para Roma e se converteu em papa com o nome de Calixto III, desde então, passou a praticar o nepotismo 
que teve seu principal beneficiário o seu sobrinho Rodrigo Bórgia,  
pai de Lucrécia, 
que foi sagrado cardeal em 1456, com 25 anos de idade.

Aos 27 anos, Rodrigo Bórgia tornou-se bispo de Valência, 
o mais rico bispado da Espanha. 
Em 1458, com a morte do papa Calixto, 
Rodrigo Bórgia se valeu da fortuna deixada pelo tio, 
para em 1492 se tornar papa, com o nome de Alexandre VI.

Sua eleição como Papa,  ocorreu em 10 de Agosto de 1492.



Lucrécia era procedente de Borja, 
uma região espanhola 
situada na parte oriental da serra do Monayo, 
na atual província de Zaragoza, 
que desde o século XIII se estabeleceu em Valência.

Quando Lucrécia completou nove anos, 
foi separada de seus irmãos. 
Giovanni seguiu para a Espanha. 
César viu-se obrigado pelo pai a entrar para a vida religiosa, 
mesmo sem a menor vocação,
 e a Lucrécia foi despachada para a casa de Adriana de Mila, 
dama da nobreza e viúva, 
a fim de receber uma educação erudita com a rigorosa senhora.
 
Lucrécia aprendeu francês e espanhol, 
assistia representações teatrais em latim, ao ar livre, 
nos pátios dos grandes palácios romanos. 
Recebeu a formação 
de uma jovem princesa do renascimento italiano.

Em 1491, com 11 anos, 
Lucrécia foi prometida em casamento ao nobre de Valência, 
Cherubin de Centelles, mas por motivos desconhecidos, 
a promessa foi cancelada. 
Logo foi apresentada a outro pretendente, 
Dom Gasparo de Prócida, filho do conde de Aversa, 
da aristocracia espanhola de Nápoles.
Em 1493, após a elevação de Rodrigo Bórgia ao trono papal, 
tornou-se impossível o casamento. 
A mão de Lucrécia seria dada 
em penhor de alianças políticas mais importantes.

Desde que se tornara papa, com o nome de Alexandre VI, 
seu pai se viu obrigado a apoiar a política dos Sforza.
 No dia 12 de junho de 1493 realiza-se no Vaticano 
o casamento de Lucrécia com Giovanni Sforza, 
porque precisavam do apoio de Milão.

Em 1497, Giovanni Sforza, 
temendo a ligação do papa com os napolitanos, 
inimigos de sua família, 
denunciou  relações incestuosas entre Alexandre VI e Lucrécia, 
e o casamento foi anulado, a pretexto de não consumação.

Em 1498, os Bórgia promoveram 
um novo casamento político para Lucrécia, 
com Alfonso de Aragão, duque de Bisceglie, 
de 17 anos, filho ilegítimo de Afonso II de Nápoles. 
Em 1499, a aliança do papa com o rei francês, Luís XII, 
esfriou as relações com Nápoles, 
e seu irmão César Bórgia organizou um atentado 
contra o duque de Bisceglie. 
O duque, um dos últimos descendentes 
da casa napolitana de Aragão, 
foi atacado em plena Praça de São Pedro. 
Em agosto de 1500, quando se recuperava dos ferimentos, 
foi estrangulado em seu quarto, no Vaticano. 
Após a morte do marido, 
Lucrécia retirou-se para Nepi, 
uma comuna italiana da região do Lácio, província de Viterbo,
com seu filho Rodrigo de Aragão.

Foi nessa época, entre sua viuvez e seu posterior casamento, 
com apenas vinte anos, que a vida de Lucrécia 
deu motivos para a lenda negra que se criou sobre ela. 
Durante esse período, 
se entregou a todos os excessos e orgias 
no cenário corrompido do Vaticano. 
Conta-se que deu a luz a um filho, 
fruto de amores incestuosos com seu pai.

Em 1501, Lucrécia casa-se, pela terceira vez, 
com Alfonso d’Este, senhor de Ferrara, 
e torna-se duquesa de Ferrara, 
iniciando uma nova fase de sua vida.
 Juntos tiveram sete filhos. 
Embora, durante gerações, toda sorte de calúnias 
tenham sido ditas sobre Lúcrécia e, 
apesar de ter sido um instrumento 
nas mãos de seu pai e de seu irmão César Bórgia, 
que a usavam para fins políticos, 
depois do terceiro casamento, 
sua vida foi tranquila e devotada a obras de caridade.



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