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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

... A sabedoria do silenciar ...



                                                          


                  A Sabedoria do Silenciar
                                                                                     (Felipe Aquino)


Até os insensatos quando se calam passam por sábios.
 

Sócrates,
 sábio filósofo grego, dizia,
 que a eloquência é, muitas vezes,
uma maneira de exaltar falsamente o que é pequeno
e de diminuir o que é, de fato, grande.

A palavra pode ser mal-usada,
mascarada e empregada para a dissimulação.
É por isso que os sábios sempre ensinaram
que só devemos falar alguma coisa
“quando as nossas palavras forem mais valiosas
que o nosso silêncio”.
A razão é simples: nossas palavras têm poder
para construir ou para destruir.
Elas podem gerar a paz, a concórdia,
o conforto, o consolo,
mas podem também gerar ódio, ressentimento,
angústia, tristeza e muito mais.
“Mesmo o estulto, quando se cala, passa por sábio,
por inteligente, aquele que fecha os lábios” (Pr 17,28).


O silêncio é valioso,
 sobretudo quando estamos em uma situação difícil,
quando é preciso mais ouvir do que falar,
mais pensar do que agir, mais meditar do que correr.
Tanto a palavra quanto o silêncio revelam o nosso ser,
a nossa alma, aquilo que vai dentro de nós.

JESUS disse que,
“a boca fala daquilo que está cheio o coração”  (Lc 6,45).

Basta conversar por alguns minutos com uma pessoa
que podemos conhecer o seu interior
 revelado em suas palavras;
daí a importância de saber ouvir o outro com paciência
para poder conhecer de verdade a sua alma.
Sem isso, corremos o risco
de rotular rapidamente a pessoa
com adjetivos negativos.
Sabemos que as palavras
são mais poderosas que os canhões;
elas provocam revoluções,
conversões e muitas outras mudanças.


A Bíblia,
 muitas vezes, chama a nossa atenção
para a força das nossas palavras.
 
“Quem é atento à palavra encontra a felicidade” (Eclo 16,20).
 
“O coração do sábio faz sua boca sensata,
e seus lábios ricos em experiência” (Eclo 16, 23).

“O homem pervertido semeia discórdias,
 e o difamador divide os amigos” (Eclo 16,28).

“A alegria de um homem está na resposta de sua boca,
que bom é uma resposta oportuna!” (Pr 15,23).


Nossas palavras devem sempre ser “boas”,
isto é, sempre gerar o bem-estar, a edificação da alma,
o consolo do coração; a correção necessária com caridade.
Se não for assim, é melhor se calar.
São Paulo tem um ensinamento preciso
sobre quando e como usar a preciosidade desse dom
que DEUS nos deu que é a palavra:
“Nenhuma palavra má saia da vossa boca,
mas só a que for útil para a edificação,
sempre que for possível,
e benfazeja aos que ouvem” (Ef 4, 29).


DEUS nos fala no silêncio,
quando a agitação da alma cessou;
quando a brisa suave substitui a tempestade;
quando a SUA palavra cala fundo na nossa alma;
porque ela é
“eficaz e capaz de discernir os pensamentos de nosso coração”
( Hb 4,12).



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