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quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

... O 4º Mago do Oriente ...

 
 
Narrativa baseada no texto de Henry Van Dyke.
 
Essa é a história do 4º Rei Mago.
Seu nome era Artaban.



 
Artarban morava nas montanhas da Pérsia.
Era médico, homem de coração manso, de mente sábia,
mas um sonhador como o chamavam.
Tinha bens e uma bela residência.
 
Artarban era seguidor de Zoroastro,
e sempre comparecia as reuniões períodicas.
Numa noite durante a reunião, ele falou aos companheiros:
- Como seguidores de Zoroastro,
aprendemos que os homens vão ver nos céus,
em tempo apontado pelo Eterno,
a luz de uma nova estrela,
e nesse dia nascerá um grande profeta
e ELE dará aos homens a vida eterna,
incorruptível e imortal,
e os mortos viverão outra vez!
Ele será o Messias, o Rei de Israel.
E acrescentou: 
Já tem alguns dias que estou vendo essa  estrela
e convido-os para virem comigo numa peregrinação
para juntos adorarmos o rei!
 
 Mas um véu de dúvida cobriu as faces de seus amigos.
 
                         - Artaban! Isso é um sonho em vão.
                            Nenhum rei vai nascer de Israel!
                         Quem acredita nisso é um sonhador!

 
                           Só Gaspar, Melchior, e Baltazar
                        comungaram com a idéia de Artaban
                   e combinaram em  sair juntos para Jerusalém

para ver e adorar o Prometido, o Rei de Israel.
Artaban disse então para eles:
- Vou até minha casa
e pegar o que tenho de precioso para levar para o rei.
 Combinamos então de nos encontrar num local certo,
para seguirmos viagem.
Mas a intenção de Artaban era de ir e não mais voltar.
Vendeu tudo o que tinha e comprou,
uma safira,
 
um rubi
 
e  pérolas
 para oferecer ao Rei.
 
Assim que tudo estava ajeitado,
 Artaban preparou o seu melhor cavalo,
chamado Vasda,
e de madrugada saiu ás pressas,
para encontrar no local marcado
com Gaspar, Melchior e Baltazar,
que já estavam a caminho.
Já estava escurecendo
e ainda faltavam mais ou menos três horas de viagem
para chegar ao sítio de encontro
e ele precisava estar lá antes de meia noite.
 
- Mas, o que foi Vasda?
 
 Na estrada, perto de umas palmeiras,
o seu cavalo Vasda,
 pressentindo alguma coisa desconhecida,
parou resfolegando,
junto a um objeto escuro perto da última palmeira.
 Artaban desmontou.
A luz das estrelas,
revelou a forma de um homem caído na estrada.
Um pobre homem entre os muitos que moravam por perto.
 A sua pele estava seca e amarela
e o frio da morte já o envolvia.
Artaban depois de examiná-lo, deu-o por morto,
e  com o coração triste pensou:
- O que posso fazer por esse pobre homem? 
Se me demorar, os meus amigos procederão sem mim.
Preciso seguir a estrela!
Não posso perder a oportunidade
de ver o Príncipe da Paz.
E fez essa oração.
 - DEUS da Verdade e da Pureza,
dirige-me no TEU caminho santo,
o caminho da sabedoria que só TU conheces!
 E Artaban sentiu algo se movendo por ele.
Carregou o hebreu para a sombra de uma palmeira
e tratou-o  até vê-lo recuperado.
 
- Quem és tu?
 Perguntou o homem a Artaban.
 - Sou Artaban
e vou a Jerusalém à procura daquele que vai nascer:
O Príncipe da Paz e Salvador de todos os homens.
Não posso me demorar mais,
mas aqui está o restante do que tenho:
pão, vinho, e ervas curativas.
 
 O homem erguendo as mãos aos céus lhe disse: 
 - Que o DEUS de Abraão, Isaac e Jacó o abençoe;
nada tenho para lhe pagar, mas ouça-me:
Os nossos profetas dizem que o Messias deve nascer,
não em Jerusalém mas em Belém de Judá. 
 
Assim, já era muito mais de meia noite
de vários dias mais tarde
quando Artaban montou de novo o seu cavalo Vasda
e num galope rápido prosseguiu ao encontro de seus amigos.
 
Aos primeiros raios do sol,

chegou ao lugar do encontro.
Mas... onde estavam os três magos?
Artaban desmontou e ansioso, estudou todo o horizonte.
Nem sinal da caravana de camelos dos seus amigos!
Então entre uma pilha de pedras achou um pergaminho
e a mensagem:

                   Artaban sentou-se, para pensar no que fazer.
- Como posso atravessar o deserto sem ter o que comer
e com um cavalo cansado?
Tenho mesmo que regressar à Babilônia,
vender a minha safira,
e comprar camelos e provisões para a viagem.
 
- Só DEUS, o misericordioso,
sabe se vou encontrar o Rei de Israel ou não.

 Artaban continuou a viagem pelo deserto
e finalmente chegou em Belém,
 levando o seu rubi e a suas pérolas para oferecer ao Rei.
Mas as ruas da pequena vila, pareciam desertas.
Pela porta aberta de uma casinha pobre,
Artaban ouviu a voz de uma mulher cantando suavemente.
Entrou e encontrou uma jovem mãe acalentando o seu bebê.
 Artaban contou a ela o motivo de sua viagem,
e a mulher falou sobre os três magos que estiveram na vila 
e  disseram terem sido guiados por uma estrela
ao lugar onde José de Nazaré, sua esposa Maria,
e o seu bebê JESUS estavam.
Eles trouxeram prendas
de ouro, incenso e mirra para o menino.
Depois, desapareceram tão rapidamente quanto apareceram.
E Artaban perguntou:
- E JESUS, onde posso encontrá-lo?
 A família de Nazaré saiu à noite, em segredo,
talvez para o Egito.
  
A jovem mãe colocou o bebê no leito 
e foi preparar um almoço
para o estranho hospede que veio à sua casa.
Subitamente, ouviu-se uma grande comoção nas ruas:
gritos de dor, o chorar de mulheres,
tocar de trombetas e o clamor: 
 - Soldados!
Os soldados de Herodes estão matando as nossas crianças!

 
A jovem mãe, branca de terror
escondeu-se no canto mais escuro da casa,
cobrindo o filho com o seu manto
para que ele não acordasse e chorasse.
 Mas Artaban colocou-se em frente à porta da casa
impedindo a entrada dos soldados.
Um capitão aproximou-se para afastá-lo.
 A face de Artaban estava calma
como se estivesse observando as estrelas.
Fitou o soldado um instante e lhe disse: 
- Estou sozinho aqui, esperando para dar esta jóia
ao prudente capitão que vai me deixar em paz.
E mostrou o rubi brilhando na palma da sua mão
como uma grande gota de sangue.
 Os olhos do capitão
brilharam com o desejo de possuir tal jóia!
 - Marchem, Avante!
 Gritou aos seus soldados.
- Não há criança aqui!
 E Artaban olhando os céus orou:
 - DEUS da Verdade, perdoa o meu pecado!
Eu disse uma mentira, mas foi para salvar uma criança.
Das dádivas que eu tinha para oferecer ao MESSIAS,
duas já se foram.
Dei aos homens o que havia reservado para ELE.
Poderei ainda ser digno de ver a face do Rei?

Um dia depois, Artaban despediu-se da mulher
e prosseguiu na sua procura pelo Messias.
Rumou para o Egito.
 
 Numa humilde casa em Alexandria,
Artaban procurou o conselho de um velho rabi
que lhe falou das profecias
e do sofrimento do Messias prometido
e rejeitado pelos homens.
 - E lembre-se, meu filho:
o Rei que procuras não O vais encontrar
 num palácio ou entre os ricos e poderosos. 
Os que O procuram devem fazê-lo
entre os pobres e os humildes,
os que sofrem e são oprimidos.

E Artaban passou por lugares onde a fome era grande.

Fez morada em cidades onde os doentes morriam na miséria.
 Visitou os oprimidos nas prisões subterrâneas,
os escravos nos mercados de escravos...

Em toda a população de um mundo cheio de angústia,
ele não achou alguém para adorar, mas muitos para ajudar!

Ele alimentou os que tinham fome, cuidou dos doentes,
e confortou os prisioneiros... 

Artaban passou pela Galiléa,



Betania.
 

 
E para ajudar os necessitados foi vendendo suas pérolas.
 
Restou apenas uma.
 
 
E os anos  passaram sem que ele percebesse ... 

        Mesmo cansado e já velho,
aquele peregrino
continuou sua busca.

E Artaban chegou a Jerusalém.
 

Tinha muita gente na cidade, para a festa da Páscoa,
 mas Artaban percebeu uma agitação estranha na cidade,
e perguntou para alguém que passava:
- O que está acontecendo ? 
Para onde estão indo?

 
- Para o Gólgota!
- Não estás sabendo?
Dois ladrões vão ser crucificados e com eles,
um homem chamado JESUS de Nazaré,
que dizem,  só fez coisas maravilhosas.
Mas os sacerdotes judeus exigiram a SUA morte,
porque  ELE diz ser o Filho de DEUS.

 Artaban pensou:
Agora é o tempo de oferecer a minha pérola
para  livrar da morte o meu Rei.
 
Mas nisso, Artaban avistou um grupo de soldados
arrastando uma jovem rapariga com vestes rasgadas
e o rosto cheio de terror.
Ao ver o mago, a jovem reconheceu-o
como da sua própria terra, e num arranco, 
 libertou-se dos guardas e atirou-se aos pés de Artaban:
 - Ajude-me, e pelo DEUS da pureza, salva-me!
Meu pai era mercador na Pérsia,
mas faleceu e agora vão me vender como escrava
para pagar seus débitos!
Salva-me!"

 Artaban tremeu.
Era o velho conflito da sua alma
entre a fé, a esperança e o impulso do amor.
Salvar essa jovem indefesa era um gesto de amor.
E não é o amor a luz da alma?
 
Ele tirou a pérola de junto ao seu coração.
Nunca ela pareceu tão luminosa!
Colocou-a na mão da moça,
dizendo a ela para pagar seus algozes.
E ela foi libertada.
 Nisso uma escuridão profunda envolveu a terra,
que tremeu fortemente.
Os soldados fugiram,
mas Artaban e a moça protegeram-se
debaixo do telhado sobre as muralhas do Pretório.
 - O que tenho a temer?
Não há mais esperança de encontrar o meu Rei vivo.
A procura terminou.
Mais um tremor de terra e uma telha desprendeu-se do telhado
e feriu o velho mago na cabeça.
A moça o ajudou, deitando sua cabeça em seu colo.
O sangue escorria do ferimento.
E Artaban confidenciou à moça:
- Eu tinha uma missão.
 E não consegui realizá-la.
Por mais de 30 anos eu andei a procura do MESSIAS,
e hoje, ainda pouco
fiquei sabendo que ELE foi levado  para ser crucificado. 
Eu falhei na minha missão.
 
Nisso a moça  ouviu uma voz suave como música,
 vindo da distância, que dizia:

 
  Artaban ouviu e viu aquele belo homem.
- É você meu Rei?
Por mais de 30 anos eu TE procurei, meu Rei!
                       Meu sonho de juventude era TE adorar, 
                        dar-TE pedras preciosas de raro valor,
                            e hoje não tenho nada para TE dar.
                               Eu falhei, Meu Rei, perdoa-me.

 
 
                            Aquela voz suave vinda do céu,
foi compreendida também pela moça.
 
Emocionado,
e com uma alegria radiante iluminando sua face,
Artaban deu um longo suspiro.
 A viagem para ele havia terminado.
 
 
O quarto mago compreendeu
que havia encontrado o seu Rei durante toda a sua vida!


'·ï¡÷¡ï·'

Que nós também saibamos ser um 4º Mago
na vida de todos que nos rodeiam.

 









  



 

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