COMUNICADO IMPORTANTE


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domingo, 17 de abril de 2016

.. O fogo que nos transforma ... (Rubem Alves) ...


O fogo que nos transforma

                                                                                                Rubem Alves


Como o milho duro, que vira pipoca macia,
 só mudamos para melhor quando passamos pelo fogo:
as provações da vida.
 
A transformação do milho duro em pipoca macia
é símbolo da grande transformação
 por que devem passar os homens,
para que eles venham a ser o que devem ser.
 
 O milho da pipoca somos nós:
duros, quebra-dentes, impróprios para comer,
 mas que, pelo poder do fogo,
podemos, repentinamente, voltar a ser crianças!

 Milho de pipoca que não passa pelo fogo
                          continua a ser milho para sempre.

 Assim acontece conosco.
                      As grandes transformações acontecem
           
quando passamos pelo fogo.

 Quem não passa pelo fogo 
fica do mesmo jeito a vida inteira.
São pessoas de uma mesmice 
e uma dureza assombrosa.
Só que elas não percebem
e acham que o seu jeito de ser é o melhor.

Mas, de repente vem o fogo.
O fogo é quando a vida nos lança
 numa situação que nunca imaginamos: a dor.

Pode ser o fogo de fora:
perder um amor, sofrer  calúnias, perder um filho,
ingratidão, desrespeito, perder o emprego 

ou ficar pobre.

Pode ser o fogo de dentro:
o pânico, a depressão, o medo, a ansiedade
ou qualquer outro sofrimento de causa ignorada.

Há sempre o recurso do remédio:
apagar o fogo!
Sem o fogo, o sofrimento diminui.
Com isso
a oportunidade da grande transformação também.


 O pobre milho da  pipoca,
fechado dentro da panela,
pensa que sua hora chegou:
vai morrer!
Sem aviso prévio, pelo poder do fogo,
a grande transformação acontece :
 PUM!


 Aparece como nunca havia sonhado:
uma flor branca, macia e nutritiva....

Mas ainda há o piruá,
que é o milho que se recusa a estourar.
Não servem para nada.
Seu destino é o lixo.

 Mas existem pessoas piruás que,
por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar.
Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa
do que o jeito delas serem.
Ignoram o dito de JESUS:
 "Quem preservar a sua vida, perdê-la-á."
 A sua presunção e o seu medo
são a dura casca do milho que não estoura.
O destino delas é triste.
Vão ficar duras a vida inteira.
Não vão se transformar na flor branca macia.

Não vão dar alegria para ninguém.



 As pipocas que estouraram,
são adultos que voltaram a ser crianças
e que sabem que a vida
é uma grande brincadeira...
 
 
 

 

quinta-feira, 14 de abril de 2016

... Uma reflexão ...

 
 
Uma garota segurava em suas mãos duas maças.
Sua mãe chegando perto dela,
pediu-lhe com voz doce e um belo sorriso:
- Querida, você dá uma maça para a mamãe?
A menina levantou os olhos para sua mãe
durante alguns segundos,
e mordeu subitamente uma das maças
e logo em seguida mordeu a outra.
A mãe sentiu seu rosto se esfriar e perdeu o sorriso.
Ela tentou não demonstrar a decepção
quando sua filha lhe deu uma das maças mordidas.
A menina olhou para sua mãe com um olhar terno
e disse:
- É essa a mais doce.
 

******** 

Não importa quem seja você,
que você tenha experiência,
seja competente ou sábio.
Retarde sempre o seu julgamento.
De aos outros a oportunidade de poder se explicar.
Mesmo se a ação parecer errada,
o motivo pode ser bom.
 
 
 
 

domingo, 3 de abril de 2016

... A Letra P .... (desconheço autoria) ...



Não posso afirmar ... mas repassando o que li.
Indiscutivelmente interessante e curioso esse texto.
"A língua portuguesa, junto com a francesa,
são as únicas línguas neolatinas na face da Terra,
que são completas em todos os sentidos.
 Quem fala português ou francês,
 é capaz de fazer proezas como esse texto com a letra P".


A Letra P
    
 Pedro Paulo Pereira Pinto, pequeno pintor português,

pintava portas, paredes, portais.
Porém, pediu para parar porque preferiu pintar panfletos.
Partindo para Piracicaba,
pintou prateleiras para poder progredir.
 Posteriormente, partiu para Pirapora.
Pernoitando, prosseguiu para Paranavaí,
pois pretendia praticar pinturas para pessoas pobres.
Porém, pouco praticou,
porque Padre Paulo pediu para pintar panelas,
porém posteriormente pintou pratos
 para poder pagar promessas.
 Pálido, porém personalizado,
 preferiu partir para Portugal
 para pedir permissão para Papai
 para permanecer praticando pinturas,
preferindo, portanto, Paris.
Partindo para Paris, passou pelos Pirineus,
 pois pretendia pintá-los.
 Pareciam plácidos, porém, pesaroso,
percebeu penhascos pedregosos,
preferindo pintá-los parcialmente,
pois perigosas pedras
pareciam precipitar-se principalmente pelo Pico,
porque pastores passavam pelas picadas
para pedirem pousada,
provocando provavelmente pequenas perfurações,
 pois, pelo passo percorriam, permanentemente,
 possantes potrancas.
 Pisando Paris, pediu  permissão
para pintar palácios pomposos,
procurando pontos pitorescos,
pois, para pintar pobreza,
precisaria percorrer pontos perigosos,
 pestilentos, perniciosos,
preferindo Pedro Paulo precaver-se.
 Profundas privações passou Pedro Paulo.
 Pensava poder prosseguir pintando,
 porém, pretas previsões passavam pelo pensamento,
provocando profundos pesares,
 principalmente por pretender partir prontamente para Portugal.
 Povo previdente! Pensava Pedro Paulo.
 Preciso partir para Portugal
porque pedem para prestigiar patrícios,
pintando principais portos portugueses.
 Paris! Paris! Proferiu Pedro Paulo.
 Parto, porém penso pintá-la permanentemente,
pois pretendo progredir.
 Pisando Portugal, Pedro Paulo procurou pelos pais,
 porém, Papai Procópio partira para Província.
Pedindo provisões, partiu prontamente,
pois precisava pedir permissão para Papai Procópio
 para prosseguir praticando pinturas.
 Profundamente pálido, perfez percurso percorrido pelo pai.
 Pedindo permissão, penetrou pelo portão principal.
 Porém, Papai Procópio puxando-o pelo pescoço proferiu:
 Pediste permissão para praticar pintura,
porém, praticando, pintas pior.
 Primo Pinduca pintou perfeitamente prima Petúnia.
Porque pintas porcarias?
 Papai proferiu Pedro Paulo, pinto porque permitiste,
porém, preferindo, poderei procurar profissão própria
 para poder provar perseverança,
 pois pretendo permanecer por Portugal.
 Pegando Pedro Paulo pelo pulso,
 penetrou pelo patamar, procurando pelos pertences,
partiu prontamente, pois pretendia pôr Pedro Paulo
 para praticar profissão perfeita: pedreiro!
Passando pela ponte precisaram pescar
para poderem prosseguir peregrinando.
   Primeiro, pegaram peixes pequenos,

 porém, passando pouco prazo,
 pegaram pacus, piaparas, pirarucus.
Partindo pela picada próxima,
pois pretendiam pernoitar pertinho,
 para procurar primo Péricles primeiro.
 Pisando por pedras pontudas,
Papai Procópio procurou Péricles,
primo próximo, pedreiro profissional perfeito.
 Poucas palavras proferiram,
porém prometeu pagar pequena parcela
para Péricles profissionalizar Pedro Paulo.
Primeiramente Pedro Paulo pegava pedras,
porém, Péricles pediu-lhe para pintar prédios,
pois precisava pagar pintores práticos.
 Particularmente Pedro Paulo preferia pintar prédios.
Pereceu pintando prédios para Péricles,
pois precipitou-se pelas paredes pintadas.
 Pobre Pedro Paulo.
Pereceu pintando...
 Permita-me, pois, pedir perdão pela paciência,
pois pretendo parar para pensar.
 Para parar preciso pensar.
 Pensei.
Portanto, pronto pararei.