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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

... Ikebana ...


Ikebana
Ikebana é uma arte de arranjos com flores vivas.

É uma arte milenar que teve sua origem na Índia.
Foi inspirada por obra Divina.
A missão da flor não era só a de embelezar ambientes
e a vida das pessoas,
mas sim de trazer harmonia, paz, alegria, felicidade,
 bem como a de fazer limpeza espiritual nos ambientes.
Tem como objetivo principal,
a ligação do homem com o Divino,
com a busca de  DEUS através da natureza.
Os arranjos eram usados principalmente nos altares.
Seguiam a trialogia,  Sol - Lua - Terra,
na linha vertical ( Tyokusseitar).


 
Essa arte se estendeu para a China,
e de lá, foi para o Japão.
Foi o Japão que a fez conhecida,
  no restante do Planeta.
 
 
 
A arte do Ikebana tornou-se tão popular,
  que nos dias atuais existem mais de três mil escolas
que a ensinam  e milhões de praticantes.


Isso fez com que essa arte,
 fosse tomando diferentes formas.
As escolas, cada uma com seu estilo,
seguem um conjunto determinado de regras e de técnicas
na hora de elaborar o arranjo floral.


Um estilo, um tanto diferente é o  Sogetsu.
Ele usa  todo tipo de material,
e não apenas os oferecidos pela natureza.

 ( produtos artificiais como plástico, sintéticos, sucatas de metal).

A rainha Elizabeth II, a princesa Diana e a mulher de Gandhi,
 eram adeptas da escola Sogetsu de Ikebana .
É uma Escola recente criada por  Sofu Teshigahara.

Hoje é muito comum,
 vermos diferentes tipos de arranjos de Ikebana,
 devido a diversidade de escolas,
mas todos lindos e exóticos.
Alguns simples e delicados,
 outros tremendamente complexos e trabalhosos.

Mas cada um deles, quer nada mais, nada menos,
que traduzir em formas, cores e sensações,
a maneira como o ser humano encara sua vida,
a natureza a sua volta,
sua interação com o Divino e o transcendental.



 
Para quem acha que fazer arranjos florais é coisa de mulher,
engana-se, pois no Japão,
os guerreiros mais temíveis que já existiram, os samurais,
tinham nos seus treinamentos a prática de fazer ikebanas,
 para desenvolver habilidades de observação, concentração
e sensibilidade no manejo das armas.
 
No Japão, empregam na confecção dos arranjos,
tanto o estilo vertical, como o linear,
ou até os dois ao mesmo tempo,
sem nunca perder a beleza, leveza e simetria ,
que vem da Ikebana.
 
Hoje, usam galhos secos, e até frutas,
dependendo da ocasião e lugar,
 a que estão destinados os arranjos.




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Mas vamos falar de como possivelmente,
o  arranjo era feito na Índia.

Para sustentar as flores e ramos era usado um suporte,
que acreditamos ser do mesmo modelo usado hoje,
embora o material usado, talvez não fosse o mesmo de hoje.
Esse suporte é o kenzan.
Um detalhe muito importante.
Os caules das flores,
 não são enfiados nos ponteiros pontiagudos
 e sim colocados entre eles.
É preciso que se tenha,
 o máximo cuidado de não agredir as flores.
Ao elaborar uma Ikebana,
faça-o em clima de meditação,
conversando com as flores,
passando carinho para elas,
e não como um simples trabalho automático.
Viva intensamente cada passo,
na confecção do arranjo.
 
Hoje encontramos nas floriculturas,
 um material chamado de espuma floral,
que pode ser usado,
e ainda temos a liberdade
de poder cortar e dar a forma desejada.

 
As flores ou ramos a serem usados no arranjo
deverão estar sempre vivos;
Escolher 3 flores ou ramos iguais e com caule comprido,
( as principais) 
e escolher outras flores que combinem e alguns ramos. 
 As flores e ramos a serem colocados no arranjo,
 deverão ser sempre em número ímpares. 

 
 
 As flores e ramagens tem de ser cortadas
dentro de um recipiente com água;
( se puder ser em agua corrente,
caindo no recipiente usado para o corte, melhor ainda)
 
E o corte feito sempre inclinado.
 


 No lugar onde vai se fazer o arranjo,
fazemos um sinal em forma de cruz,

onde serão anexadas as flores.

 
 As 3 flores ou ramos  principais, representarão,
o Sol, a Lua e a Terra.
- a flor que vai representar o Sol,
deverá ter a medida de 1e1/2 a 2 vezes o tamanho equivalente,
 a medida da altura ↑,
+ o diametro ou comprimento → da abertura do vaso.
 
- a flor da Lua deverá ter 2/3 do tamanho da flor do Sol;
- e a flor da Terra, do tamanho da metade da flor do Sol;

Exemplificando
Se o recipiente  usado tiver 4 cms de altura e 8 cms de diâmetro:
4+8=12

 a flor do Sol deverá ter,
(1e1/2)12+6=18 cms ou  (2X)12+12= 24 cms

a flor da Lua,
2/3 de 18 = 6 cms
2/3 de 24 = 8 cms

e a flor da Terra,
1/2 de 18 = 9cms
    1/2 de 24 = 12 cms.
 
 Entre as 3 flores ou ramos do Sol, Lua e Terra
são colocadas  outras 3 flores iguais ou ramos,
seguindo a seguinte ordem:
- 1ª flor _ menor que a flor da Lua, colocada ao lado esquerdo do Sol;
- 2ª flor _ também menor que  a da Lua e colocada a sua esquerda também;
- 3ª flor _ também menor que a da Lua, e colocada perto da Terra;
( embora em números ímpares,
as flores devem ser colocadas,
obedecendo sempre uma simetria)

Ao colocar a flor ou ramo,
pode-se inclina-los, muito pouco,
ou seja, quase nada.
Começar a elaboração do arranjo,
sempre pela flor destinada ao Sol,
depois a da Lua e finalmente a da Terra.

Depois de colocadas as flores principais e acompanhantes, 
pode-se preencher os espaços restantes,
 

ou deixar o arranjo com poucas flores.
 
 
Se você ainda não teve a experiência de fazer uma Ikebana,
faça agora.
É gratificante,
tanto a preparação,
como a elaboração em si e o resultado final.